Nascida na Polônia
em 1912, Girone se estabeleceu nos EUA após a guerra
A polonesa Rose
Girone, sobrevivente mais longeva do Holocausto, faleceu na última
segunda-feira (24), aos 113 anos. Ela presenciou os eventos da Noite dos
Cristais e teve o marido levado para um campo de concentração durante o
regime nazista.
A Noite dos Cristais foi um dos eventos mais impactantes para Girone, de acordo com o jornal New York Post. O episódio ocorreu nos dias 9 e 10 de novembro de 1938 e se espalhou por toda a Alemanha, pela Áustria, então anexada, e por partes da região dos Sudetos, na Tchecoslováquia, recentemente dominada pelas tropas alemãs.
O nome faz
referência aos incontáveis estilhaços de vidro que cobriram as ruas após a onda
de violência — fragmentos das janelas quebradas de sinagogas, residências e
estabelecimentos comerciais pertencentes a judeus, alvos de saques e destruição
durante o massacre.
Após o fim da
Segunda Guerra Mundial, Girone e sua família se estabeleceram nos Estados
Unidos. Nos últimos anos, segundo o New York Post, ela morava em um
asilo em Long Island, Nova York.
“Ela enfrentou
desafios extremos da melhor maneira possível. Sempre foi equilibrada e muito
lúcida”, afirmou sua filha, Reha Bennicasa, segundo a imprensa judaica.
História de Rose
Nascida em 1912,
na Polônia, na cidade de Yanov, Rose Girone mudou-se ainda na infância para
Hamburgo, no norte da Alemanha.
Em 1938, casou-se
com Julius Manheim, um judeu alemão. O casal se mudou para Breslau — atualmente
Wroclaw, na Polônia — pouco antes do início da Noite dos Cristais, evento que
marcou o agravamento da perseguição nazista.
Grávida de oito
meses, Rose foi deixada sozinha após Julius ser preso e enviado ao campo de
concentração de Buchenwald, em 1939.
“Meu pai estava no
campo de concentração quando eu nasci”, relembrou Bennicasa em entrevista à Fox
no mês passado, durante a celebração do aniversário de 113 anos de sua mãe.
“Ele só foi libertado sob a condição de que pagássemos e deixássemos o país em até
seis semanas”.
A família
conseguiu vistos para Xangai, na China, que acolheu mais de 20 mil refugiados
judeus durante a Segunda Guerra. Foi lá que Rose desenvolveu seu interesse pelo
tricô, que mais tarde se tornaria sua profissão.
Dois anos após o
fim da guerra, em 1947, Rose e seus familiares emigraram para os Estados
Unidos. No Queens, Nova York, ela abriu uma loja de tricô, tornando-se uma
figura conhecida na comunidade local.
Nos últimos anos,
segundo o New York Post, Rose viveu no Belair Nursing &
Rehabilitation Center, em North Bellmore, onde faleceu. Ela deixa sua filha,
Reha Bennicasa, e sua neta, Gina.
“Ela sempre dizia
que o segredo da longevidade era seu amor por chocolate amargo”, contou Gina ao
Long Island Herald no mês passado. “Ela também acreditava que ter um propósito
na vida era fundamental. Sempre me dizia: ‘Levante-se todos os dias com um propósito’.”.
(Fonte: R7)
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