sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

MORRE AOS 113 ANOS ROSE GIRONE, SOBREVIVENTE MAIS VELHA DO HOLOCAUSTO

Nascida na Polônia em 1912, Girone se estabeleceu nos EUA após a guerra

A polonesa Rose Girone, sobrevivente mais longeva do Holocausto, faleceu na última segunda-feira (24), aos 113 anos. Ela presenciou os eventos da Noite dos Cristais e teve o marido levado para um campo de concentração durante o regime nazista.

A Noite dos Cristais foi um dos eventos mais impactantes para Girone, de acordo com o jornal New York Post. O episódio ocorreu nos dias 9 e 10 de novembro de 1938 e se espalhou por toda a Alemanha, pela Áustria, então anexada, e por partes da região dos Sudetos, na Tchecoslováquia, recentemente dominada pelas tropas alemãs.

O nome faz referência aos incontáveis estilhaços de vidro que cobriram as ruas após a onda de violência — fragmentos das janelas quebradas de sinagogas, residências e estabelecimentos comerciais pertencentes a judeus, alvos de saques e destruição durante o massacre.

Após o fim da Segunda Guerra Mundial, Girone e sua família se estabeleceram nos Estados Unidos. Nos últimos anos, segundo o New York Post, ela morava em um asilo em Long Island, Nova York.

“Ela enfrentou desafios extremos da melhor maneira possível. Sempre foi equilibrada e muito lúcida”, afirmou sua filha, Reha Bennicasa, segundo a imprensa judaica.

História de Rose

Nascida em 1912, na Polônia, na cidade de Yanov, Rose Girone mudou-se ainda na infância para Hamburgo, no norte da Alemanha.

Em 1938, casou-se com Julius Manheim, um judeu alemão. O casal se mudou para Breslau — atualmente Wroclaw, na Polônia — pouco antes do início da Noite dos Cristais, evento que marcou o agravamento da perseguição nazista.

Grávida de oito meses, Rose foi deixada sozinha após Julius ser preso e enviado ao campo de concentração de Buchenwald, em 1939.

“Meu pai estava no campo de concentração quando eu nasci”, relembrou Bennicasa em entrevista à Fox no mês passado, durante a celebração do aniversário de 113 anos de sua mãe. “Ele só foi libertado sob a condição de que pagássemos e deixássemos o país em até seis semanas”.

A família conseguiu vistos para Xangai, na China, que acolheu mais de 20 mil refugiados judeus durante a Segunda Guerra. Foi lá que Rose desenvolveu seu interesse pelo tricô, que mais tarde se tornaria sua profissão.

Dois anos após o fim da guerra, em 1947, Rose e seus familiares emigraram para os Estados Unidos. No Queens, Nova York, ela abriu uma loja de tricô, tornando-se uma figura conhecida na comunidade local.

Nos últimos anos, segundo o New York Post, Rose viveu no Belair Nursing & Rehabilitation Center, em North Bellmore, onde faleceu. Ela deixa sua filha, Reha Bennicasa, e sua neta, Gina.

“Ela sempre dizia que o segredo da longevidade era seu amor por chocolate amargo”, contou Gina ao Long Island Herald no mês passado. “Ela também acreditava que ter um propósito na vida era fundamental. Sempre me dizia: ‘Levante-se todos os dias com um propósito’.”.

(Fonte: R7)

 

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