O prefeito de Xique-Xique, Reinaldo Braga, denunciou a grave insuficiência de efetivo policial no município, que possui cerca de 50 mil habitantes. Segundo o gestor, a média é de dois policiais militares de plantão, mas nos últimos dias, apenas um agente estava atuando, o que inviabiliza o uso da viatura, já que o único profissional precisa decidir entre permanecer na sede da companhia, dirigir o veículo ou atender chamados.
“Xique-Xique tem 50 mil habitantes. Normalmente, dois PMs fazem o trabalho diariamente, um número já insuficiente. Agora, com apenas um policial, a situação fica ainda pior”, afirmou o prefeito. Ele informou ainda que enviará ofícios ao governador do Estado, Jerônimo Rodrigues (PT), e ao secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner, solicitando providências.
A segurança da cidade é responsabilidade da 5ª Companhia da Polícia Militar, que possui 12 policiais subordinados ao 7º Batalhão de Irecê, comandado pelo tenente-coronel Flailton Rosa. No entanto, devido à escala de trabalho, apenas dois policiais atuam por dia, em turnos de 24 horas. Em uma entrevista recente à rádio comunitária local, o tenente-coronel declarou que o 7º Batalhão conta com 60 policiais, mas não especificou que o efetivo cobre toda a região, que abrange diversas cidades.
Além do baixo número de policiais, a situação é agravada pela extensão territorial de Xique-Xique, que possui 5.600 km² — o equivalente a oito vezes a área de Salvador. Apesar das dificuldades, a prefeitura colabora com a Polícia Militar da Bahia fornecendo combustível e alimentos.
O prefeito Reinaldo Braga reforçou o apelo por uma solução imediata. “Diante de tal realidade, pretendemos enviar um ofício ao governador do estado e também ao secretário de Segurança Pública solicitando providências. Contamos com a compreensão do governo do estado para que aumente o efetivo policial em Xique-Xique”, concluiu.
Em 3 de abril de 2024, o governador em exercício da Bahia, Geraldo Júnior (MDB), defendeu a presença de 33 policiais em sua segurança, respondendo a críticas sobre o número elevado de agentes. Ele argumentou que a solicitação de mais 40 policiais se justifica pela intensidade de seu trabalho e pela necessidade de descanso para os profissionais envolvidos.
Esse cenário levanta uma questão crítica em relação à segurança pública na Bahia. Enquanto o governador justifica sua necessidade de proteção pessoal, muitos cidadãos enfrentam uma realidade de insegurança crescente, com índices alarmantes de violência e crimes.
A disparidade entre a segurança do governante e a vulnerabilidade da população ressalta a necessidade urgente de um enfoque mais eficaz nas políticas de segurança pública, que não apenas protejam as autoridades, mas que também garantam a segurança e o bem-estar dos baianos em geral. É fundamental que o governo priorize ações que melhorem a segurança da população como um todo, em vez de focar apenas na proteção individual dos seus representantes.
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