sábado, 2 de novembro de 2024

AO ANJO DESCONHECIDO (TOSTA NETO)

Afogado no mar da angústia, andando sob a solidão,

Na morada dos mortos, passos cheios de sofreguidão;

Pensamentos céticos, lágrimas “cortam” o semblante,

A dor perfura o âmago, sensação de ser insignificante.

 

O olhar perdido incide na lápide, corpo estagnado;

Cabelos cheios e pretos, vida abreviada, eclosão do medo,

Existência inferior a meia década, coração amargurado,

Anjo Desconhecido, por que tu foste terrivelmente cedo?

 

Ó Pequeno Rebento, quantas vidas tu poderias impactar?

Deixaste teus pais tristes e desolados, órfãos a chorar;

Tua energia vital se esvaiu e partiste ao plano espiritual.

 

A naturalidade da morte se reveste num carma brutal,

Ciclo frio e inclemente, cujo fim não é tão fácil aceitar;

Apenas Vós, ó Senhor Deus de Israel, podeis nos consolar.


(Tosta Neto, 17/10/2024)


 

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