Conforme o relato, a relação entre ele e a delegada da Polícia Civil, Patrícia Neves, era marcada por ameaças e brigas constantes. No dia do crime, o casal estava a caminho de Salvador quando uma discussão começou. O homem afirmou que a delegada puxou o volante, fazendo com que o carro saísse da estrada e parasse em uma área de mata. “Eram só ameaças, mas nesse dia ela puxou o volante [do carro] e vi que ela estava decidida a me prejudicar. Ela veio para cima de mim. Pedi para ela parar e ela não parou”, disse ele.
Ele relatou ainda que enforcou Patrícia Neves com o cinto de segurança do carro. “Ela veio para cima de mim e eu perdi a cabeça. Eu parei e perguntei se ela ‘ia me prender ou matar minha mãe’, e ela respondeu ‘eu vou mesmo’. Então, enrolei o cinto de segurança no pescoço dela e puxei”, continuou ele, confirmando que pressionou o cinto por cerca de 40 segundos.
Tancredo Neves também falou sobre a falsa versão que inicialmente apresentou aos policiais sobre o desaparecimento de Patrícia. “Foi acontecendo, não foi nada planejado, tanto que a história não fazia sentido. Se fosse premeditado, eu teria elaborado algo muito mais convincente.”
O homem possui um histórico de passagens pela polícia. Além de ter sido preso anteriormente por agressões contra a vítima, ele já foi indiciado pela Polícia Civil por exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica.
O CASO:
Tancredo Neves Feliciano de Arruda foi autuado em flagrante por feminicídio após o corpo da delegada Patrícia Neves Jackes Aires ser encontrado no banco do carona do seu veículo, em uma área de mata, no município de São Sebastião do Passé.
A policial, de 39 anos, foi velada nesta segunda-feira, na cidade de Santo Antônio de Jesus, em uma cerimônia que contou com a presença de familiares, amigos e colegas da Polícia Civil da Bahia.
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