A convenção que tornou Bruno Reis (União Brasil) oficialmente candidato à reeleição, nesta quinta-feira (25), no Centro de Convenções, passou longe de ser um ato restrito apenas ao jogo eleitoral de Salvador.
A começar pela frente ampla dos 13 partidos que formam a coligação, Bruno Reis conseguiu enfileirar no palco do evento dezenas de prefeitos, deputados estaduais e federais e até lideranças nacionais, como o presidente do União Brasil Antonio Rueda, que se referiu a Salvador como “o coração do União”.
Do PDT ao PL, Bruno fez valer suas credenciais de articulador político, num movimento que parece ensaiar uma prévia para 2026. Nesse sentido, a programação deu generoso tempo de fala a ACM Neto, que dois anos atrás estava naquele mesmo Centro de Convenções em sua primeira tentativa de chegar ao Governo do Estado.
Primeira porque, nas palavras dele mesmo, “o meu sonho para a Bahia está mais vivo do que nunca”.
“Eu vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para dar à Bahia, como Bruno dá a Salvador, esperança”, discursou ACM Neto, apontando em seguida duras críticas à condução do governador Jerônimo Rodrigues (PT) na área da segurança pública.
“Ele é quem vive no clima de tranquilidade e segurança. O vice dele [Geraldo Júnior, que é pré-candidato a prefeito de Salvador pelo MDB], que tem mais de 40 policiais para fazer a segurança de uma só pessoa, que está vivendo em tranquilidade. O povo pobre, negro da periferia, está morrendo vitima do tráfico de drogas”.
Bruno Reis, por sua vez, dedicou boa parte do seu discurso para defender o legado do que ele e ACM Neto realizaram na cidade nos últimos 12 anos, mas sempre sob a perspectiva de rebater as vozes que governam o estado da Bahia, em especial quanto à tese de alinhamento e nacionalização das eleições municipais.
“Governamos com quatro presidentes e três governadores diferentes. E a cidade só se desenvolveu. Eles querem apequenar nossa cidade, dizendo que precisa de alinhamento. Quem precisa de alinhamento é pneu. Precisamos de gente com compromisso”.
Antes de entrar na seara política, todavia, o prefeito Bruno Reis fez, praticamente, um culto ecumênico, cantarolando um louvor tocado ao fundo. Depois, de joelhos, recitou o Salmo 91 e fez a oração do Pai Nosso.
Sem citar Geraldo Júnior (MDB), Bruno Reis disse que nunca mudou de lado na política e listou características que os bastidores do mundo político atribuem ao seu principal oponente.
“Eu não traio ninguém, não sou lá e low, não sou lero lero”, bradou, para euforia geral de seus aliados e milhares de apoiadores que lotaram o espaço.
Como mostrou o Política Livre, Bruno Reis prometeu que, se reeleito, seu segundo mandato “será ainda melhor” e que não terá “forças ocultas” para atrapalhar a gestão, em mais uma menção indireta a Geraldo Júnior que fazia uso recorrente desta expressão enquanto presidiu a Câmara Municipal até 2022, quando deixou o grupo de Bruno e Neto para ser candidato a vice-governador na chapa de Jerônimo Rodrigues.
Perguntado pela imprensa, Reis também ironizou o slogan “Dá pra ser diferente” que marca a pré-campanha de Geraldo Júnior.
“Diferente fez Neto lá em 2012, quando usou esse slogan, que está sendo copiado agora, e realmente fez a diferença. Tinha preparo, tinha coragem para enfrentar os problemas”, reagiu o prefeito, fazendo ACM Neto, que estava ao seu lado, rir de canto de boca com a perspicácia da resposta.
Com quase 600 candidatos a vereador na coligação, a equipe de campanha projeta ter um verdadeiro “exército” nas ruas, seguindo a cartilha do próprio Bruno, de deixar o favoritismo apontado nas pesquisas de lado.
*Política Livre
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