Quarta-feira,
24 de janeiro de 2024, tarde paradoxal. O sol e as nuvens cinzentas
“guerreavam” por espaço no céu de Amargosa. Pairava uma dúvida no ar: quem
vencerá esta contenda de titãs? Inicialmente, a batalha apresentava um aparente
equilíbrio, mas o astro-rei se impôs e ensaiou uma vitória avassaladora.
Em
contrapartida, a tarde ainda não tinha se findado quando as nuvens mudaram a
estratégia de guerra. De forma impressionante, por volta de 15h40, o sol se
mostrava fatigado perante a tática surpreendente das nuvens. Notadamente,
ninguém é invencível, logo, tal máxima também se aplica ao imperador do Sistema
Solar.
As
nuvens cinzentas eclipsam o sol e dominam o firmamento. Trovões rompem o
silêncio do horizonte. Ventos fortes sibilam, arrepiando as entranhas dos meros
mortais. Muitos corações “perfurados” pelas adagas da aflição. Um temor
angustiava o inconsciente coletivo. A perplexidade e o respeito eram a
tônica diante da força descomunal e imponente da natureza.
Gotas
fortes e velozes “rasgavam” o dossel. A terra, outrora seca, emanava euforia,
cuja sede absorvia todo o líquido disponível. A intensidade pluviométrica se
expandia, suscitando “rios” temporários no calçamento. Eis as facetas duma
temida tempestade. Apesar dos pesares, uma alegria despontava no âmago depois
de um longuíssimo período de tanta secura. Seguindo o fluxo da mutabilidade, a
tempestade se esvaiu. E no presente minuto, 17h08, ouve-se singelos pingos
d’água se esfacelando na calçada...
(Tosta
Neto, 24/01/2024)
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