Notadamente,
na sociedade que vivemos, há uma competição desenfreada, onde o outro é visto
como inimigo ou até um algoz. Aquela famosa frase de Sartre nunca esteve tão em
evidência: “O inferno são os outros”. Apesar dos pesares, não podemos
nos perder em percepções limitadas, as quais, ofuscam a nossa responsabilidade
diante das consequências de nossos atos. É claro que fatos externos e ações de
outrem têm o poder de interferência no nosso destino, mas precisamos nos ater
ao peso que nossas escolhas exercem no porvir. Ademais, não esqueçamos as inúmeras
circunstâncias que permeiam o mundo de cada indivíduo, assim, façamos uma
analogia com aquela contundente conceituação do filósofo espanhol José Ortega y
Gasset: Eu sou eu e as minhas circunstâncias.
No
itinerário existencial, o indivíduo não deve posicionar o outro
como principal parâmetro de sua vida, por conseguinte, o eu não pode
perder o horizonte de si próprio. Cada ser humano necessita superar a si
mesmo. Nesta perspectiva, recorramos à filosofia budista, cuja essência reforça
a significância do encontro que o indivíduo realiza consigo mesmo. Para Buda, a
maior vitória que existe é superar a si mesmo, portanto, a maior derrota também
é para o próprio eu. Aproveitando o ensejo desta singela reflexão filosófica,
cito aqui a trajetória futebolística do atleta Tarcisio Silva.
No
derradeiro sábado (02), Tarcisio conquistou o Campeonato Municipal de Futsal
em Milagres pelo time da Cascalheira. Ao se deparar com o registro
fotográfico nas redes sociais sobre esse triunfo, o internauta desatento
poderia imaginar que era uma foto antiga, todavia tal sensação estaria
equivocada. É impressionante o volume de títulos alcançados pelo atleta
supracitado, conquistas que perpassam diversas cidades e variados estilos de
futebol. Explicitamente, Tarcisio tem uma mentalidade vencedora sendo movido
por uma gana irrefreável de títulos, logo, o comodismo e a zona de
conforto não fazem parte de seu vocabulário. Tais credenciais o colocam no
status de um dos atletas mais vencedores da nossa região.
Prezado
Internauta, por mais que os títulos sejam constantes, o atleta em questão se
sente desafiado em superar a si mesmo e ampliar o seu currículo,
independentemente do peso da competição subsequente. É claro que o passado é
imprescindível na nossa caminhada aqui na Terra, contudo, precisamos continuar
a agir no presente para construirmos uma existência digna para que “não sejamos
mais um na multidão”. O passado não é uma âncora, muito pelo contrário, é
uma mola propulsora que nos instiga de forma ininterrupta na superação dos
novos desafios que o Universo nos impõe. Sinceramente, creio de pureza d’alma
que o futebolista Tarcisio comunga com tal mensagem implícita neste parágrafo
de conclusão. Acredito também que ele já esteja almejando o próximo título...
(Tosta
Neto, 05/12/2023)
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