No
itinerário existencial, após a conclusão de um ciclo, é natural e até oportuno
efetuar uma reflexão, mensurando os fatores positivos e negativos, por
conseguinte, convido-te para reverberar sobre o São João de Amargosa no
corrente ano. A propósito, os presságios não eram promissores, mas, diante dos
fatos, afirmamos que tal evento foi bem-sucedido.
Uma
vez mais, a gestão municipal mostrou eficiência na organização dos festejos
joaninos, concedendo para o público uma infraestrutura qualificada. O tema em questão
foi deveras assertivo, O São João de Todos os Povos, porém a decoração
do Bosque não trouxe uma mensagem imagética explícita que o espelhasse, fator
que não exclui o bom gosto presente no conjunto decorativo.
A
grade de atrações teve a mescla de nomes tradicionais e midiáticos, perpassando
por Targino Gondim e Dorgival Dantas até Nathanzinho e Iguinho e Lulinha.
Prezado Internauta, é óbvio que quando se fala de São João, um dos primeiros
nomes que vem na nossa mente é o forró. No plano ideal, os festejos juninos
deveriam conter apenas atrações que fazem jus à tradição consolidada por Luiz
Gonzaga.
Aproveitando
o ensejo, o São João foi absorvido pela Indústria Cultural, cuja esfera
musical traz produções massificadas. É visível que as canções têm um padrão
melódico, questão que dificulta a diferenciação entre os artistas. As letras
também seguem um modelo, as quais, exaltam a bebedeira e tragédias amorosas,
como a traição. Logicamente, os artistas do “sertanejo universitário” e afins
estão no bojo da Indústria Cultural, sendo que alguns deles são
subpersonalidades do TikTok. Se você participar de um evento que tenha
somente esses “artistas”, há a percepção de prisão num looping temporal,
cujos repertórios são literalmente idênticos; poderíamos dizer que seria uma
sessão de A hora do pesadelo.
Neste
ano, felizmente ou infelizmente, não aconteceu o famoso Forró do Piu Piu.
Por causa do cancelamento desta festa de camisa, algumas pessoas especularam
que o São João de Amargosa teria uma queda no número de visitantes.
Todavia, o fluxo de turistas foi maior em comparação ao ano anterior. Tal
condição nos permite concluir que o São de João de Amargosa, para ter
êxito, não depende do Forró do Piu Piu. Sinceramente, pairando no ar,
ficou a sensação de que essa festa de camisa não fez a mínima falta. Em
contrapartida, o Arrasta-Pé Zonal Rural mostrou ainda mais a sua força,
arrastando milhares de foliões pelas ruas de Amargosa.
Apesar
do desgaste natural que suscita com o passar do tempo e da concorrência das
cidades circunvizinhas, o São João de Amargosa mantém a sua pujança,
demonstrando alguns elementos que preservam a tradição dos festejos juninos.
Indubitavelmente, o São João é um símbolo de orgulho para o amargosense, o
qual, tem uma relação afetiva com tal festejo. Desde já, o povo de Amargosa, os
turistas e a gestão municipal estão de parabéns pelo belíssimo São João. Viva
São João! Viva...
(Tosta
Neto, 27/06/2023)
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