No dia 10 de maio do ano em curso, a Polícia Civil de Nazaré tomou conhecimento de uma criança que estava sofrendo estupros reiterados há quase dois anos e que se encontrava grávida de seu abusador. No mesmo dia da denúncia na Delegacia, o suspeito empreendeu fuga do local onde residia.
Imediatamente, a Polícia Judiciária de Nazaré tomou todas as medidas técnicas investigativas, colhendo provas da existência do crime e de sua autoria. Diversas testemunhas foram ouvidas, a vítima foi encaminhada para pericia médico legal e exames acerca da gravidez. A vítima passou a ter acompanhamento de psicóloga e assistente social, além do Conselho Tutelar do Município.
De acordo com as investigações, o abusador era vizinho da vítima e de sua família, com quem nutria uma relação próxima e de confiança, inclusive o pai da vítima teria “criado” o acusado como se filho fosse. O suspeito se aproveitava da vulnerabilidade da vítima e ameaça matar o pai da criança, caso ela contasse os estupros para outra pessoa, além de usar de força física. O abusador já tinha tentado abusar sexualmente das irmãs da vítima, quando tinham a mesma idade.
Como a criança começou a passar mal, vomitando e enjoada, foi feito o teste de gravidez, que teve resultado positivo. Trata-se de uma garotinha que ajudava a família na casa de farinha, raspando mandioca na zona rural, além de estudar, tendo uma vida tranqüila e reservada, mas que teve a sua infância maculada por um abusador sexual, que se passava por amigo da família.
O crime ganhou forte repercussão na Cidade de Nazaré e região, devido a sua gravidade e a forma como foi perpetrada. Em apenas 03 (três) dias a Polícia Civil já tinha colhido provas suficientes da autoria, representado pela preventiva à Justiça Criminal, que decretou a prisão do abusador, que passou a condição de foragido da Justiça.
Após diversas diligências para cumprimento do mandado de prisão pelo SI da Delegacia de Nazaré, finalmente, o acusado se apresentou com seus Advogados na Delegacia Especializada de Repressão a Crimes contra Criança e o Adolescente – DERCA, em Salvador.
Em 18 de maio de 1973, uma menina de oito anos de idade, chamada Araceli, foi sequestrada, drogada, violentada sexualmente e assassinada, em Vitória (ES). A partir daí se iniciou uma mobilização Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual e Comercial de Crianças e Adolescentes, que tem como objetivo mostrar à sociedade que isso é compromisso coletivo, cuidar para que a população infanto-juvenil tenha uma vida plena e com a garantia do direito ao desenvolvimento sexual saudável, sem violência. O símbolo da campanha é uma flor de cor laranja. Dentro deste contexto, o mês de maio ficou conhecido como Maio Laranja e dedicado ao combate à violência sexual contra crianças e adolescentes.
A ação faz parte da “Operação Caminhos Seguros”, de âmbito Nacional, que visa o combate a exploração sexual de crianças e adolescentes. Para o Delegado de Polícia titular de Nazaré Dr. Adilson Freitas, que comandou a investigação “a rápida ação da Polícia Civil foi fundamental para o sucesso da investigação, possibilitando que a Justiça seja feita nesse caso e servindo de exemplo para evitar outros crimes desta Natureza no Município. Estamos atentos!!”, comentou o Delegado.
O acusado irá responder criminalmente por estupro de vulnerável, cometido por diversas vezes contra a mesma vítima e se encontra recolhido ao cárcere, a disposição da Justiça Criminal.
Em caso de suspeita de abuso infantil qualquer pessoa pode denunciar na Delegacia de Polícia, Polícia Militar, Conselho Tutelar, ou canais de denúncia, como Disque-100 e Disque-180.
*POLÍCIA CIVIL
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