Há
tempos, Ricardinho trabalhava como representante comercial na região do Vale no
estado baiano. Nas idas e vindas para o município de Santo Antônio, ele
visualizou Renata enquanto atendia um cliente no Supermercado Santos.
Inicialmente, o batom vermelho da jovem despertou a sua curiosidade: “Adoro
quando as mulheres usam batom vermelho. A boca dela é atraente e o corpo ainda
mais”. A partir daí, Ricardinho passou a observar atentamente a funcionária
do Supermercado Santos.
Com
o desenrolar do tempo, como havia reciprocidade no olhar, Ricardinho se
aproximou da jovem para conversar:
–
Olá! Bom dia.
–
Olá! Bom dia!
–
Sou representante comercial. Semanalmente, passo por aqui.
–
Já percebi.
–
Você começou a trabalhar aqui, há pouco tempo.
–
Exato.
–
Meu nome é Ricardo, mas pode me chamar de Ricardinho. Qual é o teu nome?
–
Renata.
–
Prazer, Renata!
–
O prazer é todo meu!
–
Depois continuaremos esta conversa.
–
Combinado!
Ricardinho
ficou animado com a receptividade de Renata. Na subsequente visita ao
Supermercado Santos, o jovem propôs:
–
Poderíamos conversar através do WhatsApp.
–
Ótima ideia! Salve o meu número – Renata ditou o contato.
–
Número salvo! Mais tarde, eu mando um oi.
–
Fico no aguardo. Até logo.
–
Até.
Ricardinho
teve a sensação de que Renata o admirava, afinal, o olhar da garota era
revelador: “Não é coisa de minha cabeça; ela olha para mim de forma direta.
Tudo começa com o olhar. À noite, enviarei uma mensagem para ela”.
Ricardinho
irradiava ansiedade. O dia se arrastou lentamente, apesar da intensidade do
trabalho. Depois da labuta, “botou o pé na estrada”. Chegando em casa, tomou
banho e deliciou um agradabilíssimo café. O coração estava acelerado. Entrou no
WhatsApp:
#
Olá, Renata! Boa noite. Aqui é o Ricardinho.
Sem
delongas, ela respondeu:
#
Olá, Ricardinho! Boa noite. Pensei que você tinha esquecido de mim.
#
De jeito nenhum. (Emojis de coração)
#
Como foi o teu dia de trabalho?
#
Ótimo! E o teu?
#
Tudo tranquilo.
#
Graças a Deus.
#
Ricardinho, onde você mora?
#
Em Santa Maria.
#
Joia.
#
Você costuma sair à noite?
#
Raramente. Minha cidade tem poucas opções de lazer.
#
Qualquer dia, marcamos para dar uma volta.
#
Combinado, Gato!
#
Gato?
#
Sim. (Emojis envergonhados)
As
conversas no WhatsApp se tornaram frequentes. A cada bate-papo, a
“temperatura” ficava cada vez mais quente. Renata se transformou numa figura
totalmente erotizada. No Supermercado Santos, quando Ricardinho se aproximava
da jovem, seu corpo era dominado por uma energia cheia de excitação. De maneira
discreta e tom de voz baixo, ele se dirigiu para Renata:
–
Quero te ver hoje à noite!
–
Ótimo!
–
Não aguento mais esperar.
–
Eu também não. Mais tarde, no WhatsApp, informo a você o horário e o
local do nosso encontro.
–
Fico no aguardo.
Noite
estrelada. Vento frio. Rua deserta. As copas das árvores bloqueavam a luz dos
postes. O ponteiro menor marcava 7 horas. Carro em marcha lenta. Vulto
feminino. Porta aberta. Silêncio no automóvel. Olhares aflitos. O “gelo é
quebrado”:
–
Renata, enfim, estamos a sós.
–
É verdade.
–
Sem nervosismo. Fique à vontade!
–
Está bem.
–
Iremos para um lugar que não seremos incomodados. Apenas a lua e as estrelas
serão testemunhas do nosso encontro.
O
silêncio volta a imperar. A velocidade automotiva é elevada. Breves e longos
minutos. Ricardinho estaciona:
–
É aqui!
–
Joia!
Ricardinho
desce do carro, estica os braços e contempla a Lua Cheia.
–
Renata, fiquemos aqui no banco de trás. É mais espaçoso.
–
Está bem.
Sem
delongas, os jovens se beijaram de forma sedenta. Enquanto beijava, Ricardinho
pensou: “Ela beija muito bem, além de ser fogosa”. Prezado Leitor,
felizmente ou infelizmente, não poderei continuar a narração; somente
Ricardinho e Renata estão autorizados a contar o que aconteceu.
Doravante,
de vez em quando, Ricardinho e Renata se encontravam. Segundo a jovem, ela não
podia vê-lo toda semana para não gerar desconfiança em casa. Apesar da louca
atração física, havia sentimento entre os dois amantes. A cada aventura, a química
corporal ficava mais picante e harmônica. Literalmente, Ricardinho e Renata
foram unidos pelo sexo.
Todavia,
o casal não estava satisfeito com os encontros casuais. Ricardinho e Renata
queriam mais; desejavam transar toda semana. Diariamente não era possível,
porque o jovem morava em outra cidade. Às vezes, comentavam:
–
Se pudéssemos, iríamos transar todos os dias.
–
Concordo plenamente contigo, Meu Gostoso!
Enfim,
chegaram ao consenso:
–
Devemos namorar sério.
–
Ricardinho, apareça lá em casa na próxima semana. Minha mãe aceitará o nosso
relacionamento.
–
Fico feliz, Meu Amor!
–
Deus abençoará o nosso namoro.
–
Amém!
–
Amém!
Bem
no início, Ricardinho e Renata estavam felizes diante da condição de namorados,
mas o tempo é terrível, e arremessa contra tudo e contra todos o dardo do
tédio. O casal em questão não sentia mais a alegria de outrora. O desânimo
passou a ser a tônica do relacionamento, logo, o esforço de ambos não foi capaz
de extinguir tal sensação. Após pouquíssimo tempo de namoro, os jovens decidiram
pelo término. Nem o sexo teve a devida força para sustentar esse elo.
A
propósito, Caro Leitor, lembranças fortes não podem ser apagadas; ficam
“escondidas” nas profundezas da mente, mas sempre vêm à superfície. O
pensamento de Ricardinho era atormentado pelas recordações das deliciosas
noites de sexo com Renata: “Será que ela também está saudosa? Creio que sim,
afinal, a nossa sintonia na cama era surreal. Amanhã, eu enviarei uma mensagem
para Renata”.
#
Bom dia, Renata. Sinceramente, eu não aguento mais.
#
Bom dia, Ricardinho! Eu também não aguento mais.
#
Ótimo!
#
Hoje à noite: no mesmo horário e no mesmo local.
#
Que maravilha! Vamos “matar” a saudade.
#
Com certeza, Gato!
#
Vamos transar bastante! (Emojis de fogo)
#
Não vejo a hora. Vou te dar muito prazer.
#
É o que eu mais quero.
Posterior
ao reencontro, Ricardinho e Renata estavam regozijados. A felicidade emanava
dos semblantes. O passado renasceu com mais intensidade e paixão. Os jovens
tinham a convicção que aquilo que está dando certo não pode ser alterado.
Escutemos Ricardinho e Renata:
–
Renata, não devemos namorar sério. Não deu certo.
–
Sem dúvida!
–
Vamos nos ver como antigamente.
–
O positivo é que ficaremos com muita saudade.
–
Aí “matamos” essa saudade com um sexo bem gostoso.
–
Adoro! – exclama Renata.
–
Enfim, não somos namorados, mas seremos eternos amantes.
–
É fato!
–
Amantes para sempre!
–
Amantes para sempre!
Ricardinho
e Renata se beijaram novamente...
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