O
Evangelho de João é diferente dos anteriores, o qual, propõe-se a apresentar
os 7 sinais (milagres) de Jesus. Na leitura em questão, somos inspirados a
meditar sobre a fé em Cristo, cujo fiel deve recrudescer o seu credo para
atingir a Luz que concede a sabedoria para enfrentar os dissabores da existência.
Ao longo do texto, nas entrelinhas, o autor menciona as reações dos homens
diante dos sinais; quem aceitar Jesus, alcançará a vida, em contrapartida, aquele
que recusá-lo, terá a morte desprovida de ressurreição. Nesta perspectiva, Jesus
Cristo é a chama da vida que alimenta o âmago da humanidade.
Conforme
o horizonte do Evangelho de João, tentaremos mostrar a face do Filho de Deus,
mesmo sabendo que tal empreitada está muito distante da limitada capacidade de
raciocínio do ser humano. O prólogo deste evangelho salienta que Jesus é a
Palavra que revela Deus aos homens. Recorramos ao evangelista: “No começo a
Palavra já existia: a Palavra estava voltada para Deus, e a Palavra era Deus
(Jo 1:1). Este versículo lembra o Gênesis, pois no princípio o Filho já
existia no Pai. De forma claríssima, Jesus enquanto Deus, existia no Pai, além
de ser a própria Palavra, assim, a Palavra era o Pai e o Filho. Deus é amor, por
conseguinte, é o Pai que se vê no Filho.
Prezado
Leitor, a palavra tem uma importância incomensurável para João, porque a Palavra
era Deus; percebe-se que a Palavra é sagrada, habitando em Deus e tem consigo o
poder da Criação: “Tudo foi feito por meio dela, e, de tudo o que existe, nada
foi feito sem ela (Jo 1:3). Em João, a Palavra também é portadora de
Luz; o evangelista se autoproclama como testemunha da Luz, isto é, testemunha
do próprio Jesus Cristo. Sem a Luz, o homem não encontrará a Verdade e a vida.
Apesar da Luz ser essencial, alguns homens a negaram: “Ela veio para a sua
casa, mas os seus não a receberam” (Jo 1:11). A Palavra é a energia que
sustenta o indivíduo e tem a potência de transformar qualquer ser humano em
filho de Deus. Por intermédio da Palavra, tornamo-nos filhos de Deus.
Categoricamente,
a Palavra se humanizou e viveu entre nós: o Pai se fez homem no Filho e nos
concedeu a Palavra da vida. Apartados da Palavra, somos seres amorfos destituídos
de sentido existencial, portanto, precisamos recorrer a Deus para buscar o
norte seguro para as nossas vidas. Ademais, o Pai Todo-Poderoso teve a
humildade de se fazer homem para que os seus filhos tivessem a Luz que os
orientasse. No Evangelho de João, não há separação entre Deus, Jesus e
Palavra, os quais, estão contidos na Força Una. Mais uma vez, a palavra em João
é sagrada: “E a Palavra se fez homem e habitou entre nós. E nós contemplamos
a sua glória: glória do Filho único do Pai, cheio de amor e fidelidade” (Jo
1:14).
O
evangelista anuncia a Palavra inerente a Cristo, revelando Deus à humanidade. A
Palavra dita por João traz consigo o amor, questão diferente da ótica dos
fariseus perante a lei mosaica. Em Cristo, a Palavra é portadora do amor,
desvelando o semblante de Deus ao homem: “Ninguém jamais viu a Deus; quem
nos revelou Deus foi o Filho único, que está junto ao Pai” (Jo 1:18). Inegavelmente,
Jesus é o Filho do Pai, mas Ele não é egoísta, porque tem o desejo de converter
todo homem em rebento de Deus. É impressionante o quão a Palavra é poderosa no Evangelho
de João, tão poderosa que está associada a Deus. Enfim, a Palavra nos
revelará Deus para que tenhamos uma vida amorosa e sábia orientada pela Luz de
Jesus Cristo.
(Tosta
Neto, 25/12/2022)
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