Ao
longo da história, o mundo testemunhara um protagonismo imperial cunhado pela
alternância de atores, entre os quais, o Império Romano, o Império Mongol de
Gengis Khan, o Império Turco-Otomano, o Sacro Império Romano-Germânico, a
França Napoleônica e o Império Britânico. No século XX, as guerras mundiais
viabilizaram a ascensão dos Estados Unidos e da União Soviética, superpotências
que compuseram a Ordem Bipolar durante a Guerra Fria. Após a
derrocada da URSS em 1991, emergira a Ordem Multipolar, com a
proeminência econômica, política e cultural dos Estados Unidos, mas no século
XXI, tal formatação foi reconfigurada.
Nos
tempos hodiernos, a China ocupa o status de 2ª economia e sinaliza uma
perspectiva promissora de assumir o 1º lugar nas próximas décadas. Com as
reformas econômicas implementadas por Deng Xiaoping, o Dragão Chinês
passou a ter condições de alçar voos mais altaneiros no mercado global. Este
país asiático apresenta o Capitalismo de Estado, cuja economia segue
relativamente as leis do mercado, em contrapartida, a política é controlada
pelo Partido Comunista Chinês, sob a liderança absoluta de Xi Jinping,
que foi premiado recentemente com um inédito terceiro mandato. Sem leis
trabalhistas e composta por uma mão de obra qualificada e barata, o custo de
produção na China é mais baixo, fator que atrai filiais de inúmeras
multinacionais. Ademais, o Partido Comunista Chinês desvaloriza a moeda
nacional para que o produto chinês seja mais competitivo no mercado global.
Prezado
Leitor, este que vos escreve, é obrigado a citar outro ator importante na
geopolítica: a Rússia. Vladimir Putin assumiu o poder de fato em 2000 e
encontrou uma Rússia esfacelada no âmbito econômico, ainda sob os efeitos
negativos da queda do bloco soviético. Com a economia em frangalhos, por
consequência, as forças armadas estavam defasadas. Enquanto presidente, Putin
teve como preocupação primordial a recuperação econômica e adotou algumas
medidas: cooptação do apoio de grandes oligarcas, eliminação de opositores e
fortalecimento de estatais, veja a Gazprom. Neste interregno, a Rússia se
reergueu economicamente, possibilitando investimentos maciços no setor bélico.
Munido de poder econômico e militar, Putin se impôs na geopolítica mundial,
haja vista, a anexação da Crimeia em 2014 e a invasão da Ucrânia em 24 de
fevereiro de 2022.
Presentemente,
para enfrentar os Estados Unidos e reequilibrar o tabuleiro geopolítico, a
Rússia se associou à China. O poderio bélico russo e a pujança econômica chinesa
são adversários indigestos para os estadunidenses. Para impor respeito à
associação supracitada, o Ocidente precisa de líderes fortes para enfrentá-la.
Com o advento de Joe Biden à Casa Branca em 2021, surgiu um vazio de poder no
mundo ocidental, pois tal presidente não demonstra a devida força para
intimidar a parceria russo-chinesa. Para título de exemplo, na época de Donald
Trump, Barack Obama e George W. Bush, a mídia brasileira trazia matérias
diárias sobre o presidente dos Estados Unidos, todavia, não percebemos tal
fenômeno em relação ao atual chefe da maior potência econômica e militar do
planeta. Biden é um governante decrépito e sem impacto midiático, logo, esta
condição talvez tenha incentivado Putin na invasão da Ucrânia. Sem um grande
líder no Ocidente, Xi Jinping e Putin continuarão “dando as cartas” na
geopolítica mundial.
É
inequívoca a queda do Ocidente. A Europa está em decadência. Os Estados Unidos
não têm fôlego para bloquear o voo do Dragão Chinês. Agora é a vez do
Oriente, da Ásia, da China etc. O eixo ocidental está obcecado cegamente por
pautas progressistas, principalmente, o aquecimento global. A Ásia, por sua
vez, guarnece a economia, a tecnologia e o expansionismo cultural, adquirindo
espaços significativos no Ocidente: “inundação” de produtos chineses importados,
sucesso do K-pop, juventude a consumir de forma intensa mangás e animes, entre
outros. Afirmamos com convicção: a Nova Ordem Mundial é uma realidade; a
propósito, Putin já fala abertamente sobre a ordem em questão, protagonizada
por Rússia e China. Nobre Leitor, seja bem-vindo à Nova Ordem Mundial!
(Tosta
Neto, 02/11/2022)
Excelente análise!
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