– Filho, saia um pouco para distrair.
– Não quero.
– Quando não está no trabalho, você só fica no quarto.
– Mãe, eu não tenho o mínimo ânimo. Não aceito o fim do
noivado.
– Você é jovem e terá uma vida inteira pela frente. Com fé
em Deus, você voltará a ser aquele menino alegre e prestativo.
– Amém! – Cláudio responde com forte entonação de voz.
– Mãe, no próximo final de semana, a empresa irá organizar
uma viagem a praia com os funcionários. Eu não vou.
– Vá! Vai ficar fazendo o que em casa? Talvez o mar traga
bons ventos para você.
– Pensando bem... eu vou!
– Muito bem, Filho! Não adianta se fechar para o mundo. Siga
em frente!
– Sem dúvida! Mãe, obrigado pelo apoio.
– Por nada! Saiba que só quero o teu bem – após a fala, a
senhora abraçou carinhosamente o filho.
O ponteiro menor ainda não atingiu o cinco. A chuva fina
aumentava a sensação de frio. Cláudio e os demais colegas já se acomodavam no
ônibus:
– Posso sentar aqui?
– Claro – responde Cláudio.
– Você conhece a praia que iremos visitar?
– Não. E você?
– Eu também não. Estamos quites!
– Exato.
– Há tempos não tomo banho de mar – comenta Mariana.
– Eu não gosto muito de praia. Só vim para distrair um
pouco.
– É isso aí, Cláudio.
O ônibus estava na rodovia que levava ao litoral. Neste
ínterim, Cláudio e Mariana conversavam sobre assuntos relacionados ao trabalho.
O tempo avançava. Os raios solares rompiam o vidro. O calor pairava no ar:
– Vou tirar o capote. Estou sentindo calor.
– Nossa! Ainda está frio.
– Minha temperatura é alta! – Mariana exclama e, em seguida,
emite um sorriso enigmático.
Cláudio foi dominado pelo pensamento: “A blusa é branca e transparente. Percebe-se nitidamente o sutiã
laranja. Mariana tem seios grandes. Lá na distribuidora, nunca contemplei esse
detalhe. Não nego que tenho uma obsessão por seios assim. Sinto-me atraído”.
Durante tal reflexão, o ânimo de Cláudio elevou-se de forma exacerbada. A
mudança foi tão explícita que não passou despercebida por Mariana: “O que aconteceu? Percebo que o rosto de
Cláudio está mais vívido”.
– Espero que o dia seja agradável.
– Será sim!
– No trabalho, tínhamos pouquíssimo contato.
- Culpa tua. Algumas vezes, tentei aproximar, mas você se
esquivava – replica Mariana de forma enfática.
– Digamos que eu estava “cego”.
– Você era muito introspectivo. Tirar uma palavra tua exigia
uma grande dificuldade.
– Mari, eu sou tímido.
– Irei quebrar essa timidez!
– Fique à vontade!
Subsequente ao diálogo mais efusivo, Mariana perdeu-se em
reflexões: “A energia de Cláudio em
relação a mim, mudou. Ele, repentinamente, empolgou-se com a minha presença. O
seu olhar se transformou. De vez em quando, os olhos dele pousam nos meus
seios. Eu o entendo, afinal, meus seios são volumosos e deliciosos. Há tempos,
tenho uma ‘queda’ por ele. Graças a Deus, Cláudio não está mais na condição de
noivo. Hoje mesmo, tentarei aproveitar este ensejo que surgiu”.
– Oi, Mariana! Mariana! Volte ao planeta Terra.
– Perdoe-me, Cláudio! Eu estava no mundo da lua.
– Tudo bem. Às vezes, fico assim também. Na verdade, quem
não fica?
– Meu Bem, estou sonolenta. Posso encostar no teu ombro? –
Mariana não estava com sono, porém quis estabelecer um contato físico com
Cláudio.
– Claro! Será um prazer.
– O prazer é todo meu.
“Realmente, a temperatura de Mariana
é alta. Deve ser uma mulher quente e lasciva. A pele é macia; ela aplicou um
óleo muito agradável. Meu coração ainda está em mil pedaços; efeito do término do
noivado. Mas, não posso me fechar para novas experiências. Vou tentar. Por que
não?! Afinal, não tenho nada a perder...”
– Mari, acorde. Já chegamos – sussurra Cláudio.
– Consegui tirar um cochilo.
– Ótimo.
O ônibus estacionou perto da praia. Mariana e Cláudio foram
os últimos a descer. O sol raiava com vivacidade; o azul do dossel estava
deveras intenso, o qual, “cortado” por andorinhas. Coqueiros exibem todo o seu
verdor. A areia exalava calor e alvura. As ondas iam e voltavam num movimento
mecânico. Apesar de tais questões favoráveis, a praia não estava tão cheia.
– Cláudio, irei naquela barraca colocar o biquíni.
– Vá! Estou te aguardando.
“Independentemente do que aconteça
depois, sinto que a energia pesada que me angustiava está esvaindo-se. Ainda
bem que seguir a recomendação de minha mãe. Sem dúvida, a intuição materna é
fascinante. Fascinante também é o mar: grandioso, forte e misterioso.”
– Voltei.
Cláudio ficou estupefato. Segundos duradouros e silentes. Um
maremoto sacudiu o âmago masculino e extirpou a mínima formalidade:
– Mariana, desculpe-me pela sinceridade. Teu corpo é
maravilhoso, principalmente os teus seios – Cláudio, sem titubear, afirma com
convicção.
– Meu Bem, você ainda não viu nada – risos.
– Queira Deus que eu veja um dia.
– Amém!
– Vamos nos banhar. Venha!
– É claro que eu vou.
– Ótimo!
– Cláudio, eu não sei nadar direito. Qualquer coisa,
salve-me – mais risos.
– Combinado, Mari – Cláudio também ri.
Semblantes contentes. Múltiplos sorrisos. Mergulhos sob as
ondas. Corpos molhados. Brisa agradabilíssima. Toques nas mãos. Abraços
tímidos. A gana carnal recrudesce. Atração de ambas as partes. Excitação
elevada!
“Eu não imaginava sentir um desejo
tão forte por ele. Não irei aguentar. Vou beijá-lo aqui mesmo…”
“Que mulher gostosa! Estou muito
excitado. Esse biquíni laranja é bem provocante. E os seios? Simplesmente,
apetitosos…”
– Mari, vamos caminhar ao longo da praia?
– Ótima ideia!
– Talvez encontremos um lugar mais discreto.
– Além daqueles rochedos, a praia deve estar deserta – ainda
ofegante, comenta Mariana.
– Vamos para lá!
– Vamos!
O silêncio impera até os rochedos. Os corações palpitavam
cada vez mais…
– Fiquemos aqui. Não tem ninguém nas proximidades.
– Realmente – complementa Mariana, espelhando tensão.
– Mari, relaxe. Estamos sozinhos.
– Tudo bem, Cláudio. Estou assim, pois esperei muito por
este momento.
– Ainda bem que ele chegou.
– Venha, Meu Gostoso! Venha!
Cláudio se aproxima de Mariana. Olhos nos olhos. Respirações
aceleradas. O jovem faz um pedido curioso:
– Mari, antes do beijo, posso me lambuzar nos teus seios
deliciosos?
– Claro! Venha! Eles são todinhos teus…
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