As dificuldades para impulsionar o pré-candidato petista ao Palácio de Ondina, Jerônimo Rodrigues, elevaram de modo substancial o nível de tensão no comando da campanha governista, confidenciaram líderes influentes da base aliada. Embora mantenham o tom de otimismo nas declarações públicas, na tentativa de evitar que o desânimo contamine de vez a tropa, integrantes da cúpula do governo Rui Costa e de partidos alinhados ao PT demonstram alto grau de preocupação com o desempenho de Jerônimo nas últimas reuniões internas destinadas a esquadrinhar o cenário da sucessão. O clima pessimista foi amplificado no rastro de recentes pesquisas, tanto as que foram divulgadas na imprensa quanto as de consumo próprio.
Fotocópia em série
Em conversas reservadas, cardeais da base afirmaram que as sondagens encomendas pela chapa do PT apresentam a mesma tendência detectada pelas demais: a estagnação de Jerônimo abaixo dos 20% e a permanência do ex-prefeito ACM Neto (União Brasil) acima dos 50%.
Sem efeito
Internamente, os resultados compilados na atual rodada de levantamentos foram traduzidos como sinais evidentes de fragilidade na tática planejada para alavancar Jerônimo no páreo, quase toda sustentada na associação com o ex-presidente Lula. “Mesmo quando se aborda o apoio de Lula, ele patina. Nas pesquisas mais atuais, há cenários que apontam até queda de Jerônimo e crescimento de Neto”, destacou um cacique governista.
Conjunto da obra
De forma unânime, as fontes do bloco petista consultadas pela Satélite atribuem a má performance do pré-candidato do partido à escolha feita a toque de caixa de um nome desconhecido pela imensa maioria do eleitorado e sem expressão política ou feito notável no currículo.
Falta de liga
“O discurso do ‘time de Lula’ teria maior chance se o candidato fosse mesmo Jaques Wagner, que é senador, foi governador duas vezes e ministro. Wagner desistiu, e com Jerônimo a estratégia não colou. Ele pode subir durante a campanha, mas um salto é improvável ”, admite outro cacique da base.
Mais do mesmo
As sondagens encomendadas pela pré-campanha de ACM Neto vêm identificando panorama semelhante há pelo menos três meses. De lá para cá, segundo apurou a coluna, os percentuais não sofreram quaisquer alterações significativas e estão em consonância com o quadro apontado por todas as pesquisas com coleta de dados dentro dos padrões exigidos pela Justiça Eleitoral. Em síntese, Neto com índices bem acima dos 50% e Jerônimo abaixo dos 20%, sem indícios de reação.
Pulo de cerca
O estado de ponto morto da candidatura petista é tido nos dois lados da disputa como a origem do intenso processo de debandada visto recentemente. Em média, o governo tem perdido agora dois prefeitos por dia para Neto.
O governo só fez política na véspera de eleição, mas errou a dose. Prometeu muito e não teve estrutura, porque dinheiro tem, para conveniar as prefeituras. O troco está vindo agora
Robinho, deputado estadual da União Brasil e pré-candidato à reeleição que deixou a bancada governista, ao comentar o derretimento do arco de alianças do PT no interior baiano
*CORREIO 24 HORAS
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