Mandarino diz que os países que permitem o consumo de maconha não fizeram um "liberou geral" e que ainda existe um controle. "Estou propondo uma política como se faz igual ao cigarro", diz ele, destacando que em sua opinião o Brasil tem a melhor política em relação ao cigarro no mundo. "A política do cigarro deu certo", afirmou. "Não é proibido fumar, mas as pessoas têm vergonha, você não vê um jovem fumando cigarro, não vê pessoas fumando na rua".
Ele afirmou ainda que o tráfico de drogas movimenta "o dobro do que a Bahia arrecada de tributos" e que muitos homicídios estão ligados ao tráfico. "Aí as pessoas ficam nesse círculo vicioso".
Para Mandarino, a argumentação contra a maconha é igual a que era usada contra a bebida alcoólica. "É um argumento moralista, que existiu nos EUA na época do governo Truman", disse. "As pessoas que perdem o controle do uso social, moderado, da droga, são poucas. Não é todo mundo que faz isso. A maioria das pessoas que conheço que fuma maconha são pessoas que trabalham todo dia", disse Mandarino. "Eu tenho amigos que dizem 'Fumo um cigarro de maconha todo dia, para dar uma relaxada", acrescentou.
O secretário continuou afirmando que ele particularmente não gosta de drogas e não defende isso, mas que não deve por isso ser contra o consumo. "Eu nunca fui usuário de drogas, nunca gostei de bebida alcoólica, eu odeio vinho", afirmou. "Agora vou dizer, porque não gosto de vinho, que é ruim? Deve ser uma maravilha, porque todo mundo gosta, socializa... Por que tenho que usar argumento moralista para coibir uma coisa que não gosto? Não faz sentido isso".
Mandarino citou um artigo que defende que a bebida alcoólica permitiu o avanço da humanidade. ""Porque elas (bebidas) liberam sua mente, tiram você das amarras mentais. Ela torna você um emancipado mental, que é o que a gente precisa ser, a gente não pode ficar nessas caixinhas. Ela libera as pessoas. Bebida aumenta criatividade. No meio artístico isso é evidente. A gente conhece história de grandes compositores que quando tomam um pouquinho, uma bebidazinha qualquer, relaxa e fazem composições belíssimas", exemplificou.
Para ele, "o que não dá é não discutir esse tema", mas segundo o secretário, sempre que aborda esse tema com parlamentares sente receio deles de entrar no assunto. "Têm medo de perder voto, sei lá, acho que pelo eleitorado conservador".
*Correio
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