Jaques Wagner estava ontem que era todo cortesia para o lado de João Leão: ‘Me desculpe, Leãozinho’, e aí também botou Cacazinho, referindo-se a Cacá Leão, deputado federal, tudo com o leite já derramado. E carimbou uma pergunta que deixou os jornalistas baianos perplexos: como pode ele ter sido tão amador?
Uma das queixas principais de Leão: as tratativas que vinham sendo feitas foram deixadas de lado e ele tomou conhecimento da chapa anunciada por Wagner pelo rádio, ouvindo o programa de Mário Kertész. Resultado: entrou água, ou o leite já está derramado. O fato uniu o PP. Prefeitos e deputados acham que ele foi escanteado ou alijado.
Retribuição — Segunda, o dia da entrevista de Wagner, Leão e o PP decidiram silenciar publicamente, e nos bastidores articularam a posição que envolve as bancadas federal e estadual. E quando soltaram a nota, era assunto discutido com todos. Em suma, o jogo político clássico, o de combinar com a torcida, o que Wagner sabe fazer e não fez.
Tem chance de reverter? De quatro pessoas com as quais conversamos, três disseram que não, a opção é mesmo ACM Neto, e um talvez.
Um deles ainda ironizou. Disse que Wagner 16 anos atrás articulou bem a derrubada de ACM e agora é o agente principal de atos e fatos que podem resultar na devolução a outro ACM, o neto. Ele chutou o balde para impor o PT na cabeça de chapa e acabou chutado.
Até o Planalto se animou
A notícia de que Leão poderia ser o candidato ao governo de Bolsonaro saiu na imprensa do sul por um detalhe: Leão se reuniu em Brasília com o senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP licenciado por estar na Casa Civil da presidência.
Os aliados de Bolsonaro avaliam que João Roma está ‘mais para ser ajudado do que para ajudar’. E sonharam em ver Leão com ele. Mas o pessoal do PP quer mesmo é a aliança com Neto.
Rui ainda tenta reverter
Antes de fechar questão sobre o rumo a seguir, João Leão vai conversar com Rui Costa, Wagner e também Lula. E Rui promete fazer tudo para evitar o racha, inclusive retomando o velho projeto de disputar o Senado e passar o governo a ele, como antes vinha sendo conversado.
Mas um deputado do PP diz que está tudo indicando que a vaca foi pro brejo. Ou melhor, a recomposição ficou difícil depois que as divergências se tornaram públicas.
Na Alba, todo mundo sumiu
O sinal mais evidente de que a base de Rui Costa entrou em ebulição veio ontem na Assembleia. A base governista simplesmente não foi e a oposição, que quer atrasar a votação de projetos como o que flexibiliza as parcerias da Embasa, também não.
Um dos governistas presente na casa mas ausente em plenário explicou:
— Está todo mundo esperando para ver como vai ficar. O tempo fechou.
*Com informações do Atarde
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