Comecemos este
artigo com a seguinte afirmativa: o Homem-Aranha
é o super-herói mais querido. No desenrolar textual, tentaremos demonstrar as
nuances que fazem do Cabeça de Teia
um personagem tão amado pelo público. Tal empreitada argumentativa não será
fácil, pois o simbolismo envolto no nosso herói é deveras grande, logo não
teremos tempo e espaço para fazer uma análise justa e meticulosa. No tom
lacônico que subjaz num artigo, seremos objetivos e apresentaremos as características
mais proeminentes do Homem-Aranha.
Prezado Leitor, aproveitando o ensejo, mencionamos a obra cinematográfica
Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa,
uma verdadeira apoteose da trajetória do “Amigão da Vizinhança”. Lá no céu, o
saudoso Stan Lee deve estar felicíssimo.
Obviamente, o
sigilo da identidade do Homem-Aranha traz
duas dimensões para este personagem: a humana e a mítica. Iniciemos a reflexão
sobre a face humana. Peter Parker é um jovem humilde e endividado; é obrigado a
realizar “bicos” e, logo depois, atinge o posto de fotógrafo oficial do Homem-Aranha, suportando, na redação do Clarim Diário, as reclamações constantes
do ranzinza J. Jonah Jameson. A propósito, a trilogia estrelada por Tobey
Maguire tem uma certa fidelidade aos quadrinhos e expõe um Peter Parker nerd,
solícito e objeto de chacota. O que torna este personagem tão querido e
complexo é o paradoxo inerente em si: a “fragilidade” de Peter Parker e o
heroísmo do Homem-Aranha. Ademais, a
vida de Peter se prende a um círculo onde nada dá certo; parece que a Lei de Murphy é uma companheira fiel do
garoto do Queens.
É notório que
Parker lida com o peso da morte do Tio Ben, fator que foi imprescindível no seu
amadurecimento, engendrando uma energia que foi canalizada para o super-herói.
Esta condição é algo humano, porque o indivíduo fica mais perseverante perante
a perda de um ente querido; a tragédia tem o poder de purificar e fortalecer a
humanidade. Prezado Leitor, continuemos com a explanação dos nossos argumentos.
O Homem-Aranha é um herói leve, amado
por crianças, adolescentes e adultos, cuja índole é movida pelo senso de
justiça e benevolência; a vingança não faz parte do seu rol de sentimentos,
haja vista, a fantástica cena de Homem-Aranha:
Sem Volta Para Casa, na qual, o Aranha de Tobey Maguire impede que o Duende Verde seja morto pelo Spider de
Tom Holland. De forma literal, o Homem-Aranha
não tem as mãos banhadas de sangue, além de ser um herói cativante que traz
consigo, em alguns momentos, um espírito jovial e inocente.
O itinerário existencial
de Peter Parker é imiscuído por percalços e responsabilidades. A sua vida
financeira deficitária é a realidade de inúmeras pessoas no mundo, portanto,
este status possibilita uma sensação de empatia pelo personagem. Sem dúvida,
Stan Lee foi criterioso e preciso na construção do Homem-Aranha. Por ora, sou persuadido a citar aqui uma reflexão do
amigo Jefinho: “Stan Lee resumiu a vida de muita gente com esse personagem”.
Simplesmente, Peter Parker é o reflexo do inconsciente
coletivo, cuja saga existencial, munida de fé e esperança, o impulsiona a
superar as adversidades. Por sinal, o Spider-Man era o personagem preferido
daquele “velhinho que aparece nos filmes da Marvel”. Há quem defenda a tese que
Peter Parker é o alter ego de Stan
Lee.
Consoante os
parágrafos anteriores, inferimos que o ser humano tem a tendência psicológica
em se identificar com o Homem-Aranha.
Apesar do personagem compor o âmbito ficcional de quadrinhos e filmes, ele tem virtudes
representativas que constituem o perfil hermético da humanidade. Eis a questão:
quem não desejaria saltar de prédios e combater bandidos que perturbam a ordem
social? Parafraseando Dorival Caymmi: quem
não gosta do Homem-Aranha, bom sujeito não é. É claro que outros heróis são
bem-quistos – Batman, Homem de Ferro, Mulher-Maravilha, Capitão América etc. –
todavia o Homem-Aranha é diferente,
por ser um ícone que perpassa gerações e desperta uma gama de carinho e
admiração. Quando se fala no Homem-Aranha,
uma carga simbólica suscita na mente, desvelando uma miscelânea de justiça,
amizade, resiliência e responsabilidade. Falando em responsabilidade,
encerramos este singelo artigo com a proposição mais emblemática do universo
dos heróis: “Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”.
(Tosta Neto, 22/12/2021)
"Quem não gosta do Homem-Aranha, bom sujeito não é"👏🏽👏🏽👏🏽 Muito bom! Parabéns, Tosta Neto!
ResponderExcluirGrato pelo comentário! Fico lisonjeado.
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