O ator Wagner Moura revelou ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, na sexta-feira (22), que as filmagens de Marighella foram bastante conturbadas devido à dificuldade de encontrar financiamento para o longa. Ele também afirmou que o presidente Jair Bolsonaro criticou a produção do filme. “Nós fomos vítimas de censura”, declarou o ator. Segundo Moura, a obra deveria ter chegado ao circuito nacional no início do ano. O filme conta a história do guerrilheiro Carlos Marighella (1911-1969), um dos principais líderes da resistência armada à Ditadura Militar (1964-1985).
“Financiar o processo foi dificílimo. Ele só existe graças ao dinheiro do fundo setorial e à Globo Filmes. Em alguns momentos, achávamos que ia faltar dinheiro. Sofremos ameaças de gente dizendo que ia invadir o set, quebrar tudo e bater na gente”, declarou o ator. O ator ainda declarou que a produção teve problemas com a Ancine (Agência Nacional de Cinema) após Bolsonaro vencer as eleições de 2018.
“Essa direita bolsonarista comemorou. Bolsonaro parou a vida dele, de presidente, para gravar um vídeo falando mal de mim, do filme. Então a gente vê que o filme tem uma importância para eles”, afirmou o ator.
Moura também relatou dificuldades para produzir o filme foram como uma censura, pois produções audiovisuais dependem muito de recursos do Estado.
“Nós não temos um cinema forte o suficiente para existir sem leis de incentivo, sem o controle que a Ancine faz sobre a nossa atividade. Então eles inviabilizaram a nossa primeira estreia. […] Nós nunca ganhamos um tostão com esse filme. Apesar de todos nós, artistas, sermos chamados de ladrões da Lei Rouanet e essas canalhices”, acusou o ator.
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