Nestas primeiras
páginas da temporada 2021-2022, o Bayern München apresenta um futebol
avassalador, goleando os adversários tanto no Campeonato Alemão como na Liga
dos Campeões. Os bávaros são uma engrenagem quase perfeita: marcação alta,
ataque com um número expressivo de atletas, recomposição rápida da defesa e
constância no gegenpressing (perde
pressiona). Porém, por causa do estilo arrojado de marcação, quando o
adversário acerta um lançamento longo, os zagueiros do atual campeão alemão
sofrem no “mano a mano” diante de atacantes rápidos e habilidosos. Logicamente,
uma equipe corre tal risco ao adotar o perfil de marcação supracitado, em
contrapartida, o oponente se sente deveras desconfortável na saída de bola.
Apesar da mudança
recente de técnico, o Bayern manteve o padrão de jogo das duas temporadas
anteriores. A propósito, o atual treinador dos bávaros, Julian Nagelsmann,
desde os tempos do RB Leipzig, demonstrava apreço pela ofensividade, fator que
foi potencializado em função da qualidade do elenco do clube da Baviera. O
ataque do Bayern é insano e promove um “inferno de Dante” na defesa adversária:
Lewandowski centralizado, movimenta-se intensamente, além de contribuir com a
criação de jogadas; pelas pontas, atacando o espaço em ângulos diagonais, os
velozes e agudos Sané e Gnabry, os quais, alternam a titularidade com Coman, um
dos melhores dribladores do Velho
Continente; Pavard e Davies surgem pelas alas, movimentação que tem como
incumbência abrir brechas na defesa do oponente; por fim, Müller,
Goretzka e Kimmich se aproximam constantemente do setor ofensivo. Por sinal,
este desenho tático nos remete ao 2 – 3 – 5, sistema muito popular nas edições
de Copa do Mundo anteriores a 1966,
que depois foi eclipsado pelo clássico 4 – 4 – 2 do técnico inglês Alf Ramsey.
Os comandados de
Nagelsmann provocam grandes danos nas trincheiras opositoras, fabricando gols
em escala industrial. Eis algumas médias de gols por partida que corroboram com
a nossa tese: 3,6 na Bundesliga e 4,0
na Champions League. É inequívoca a
vocação ofensiva do Bayern, a qual se atrela a um contundente sistema de
compactação que dificulta bastante os movimentos de ataque dos adversários. Com
tamanho repertório, o time de Neuer, Lewandowski e Müller se credencia como
principal favorito da competição de clubes mais cobiçada do mundo; ademais,
vislumbra-se o genuíno deca no Campeonato Alemão, feito inédito na
história da principal liga nacional daquele país. Enfim, amantes do futebol,
contemplem a máquina de gols intitulada Bayern München.
(Tosta Neto, 23/10/2021)
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