O parecer técnico pericial, assinado pelo Secrim, afirma que “o Gerenciamento de Crise foi desenvolvido de forma incorreta e fora das doutrinas nacionais e internacionais”. A análise continua afirmando que “Wesley não atirou na guarnição, mas por cima dela. Sinal de advertência PM” e que, a guarnição da PM, “sem ameaça iminente, efetuou seis disparos na direção do Soldado Wesley, alvejando-o enquanto a arma da vítima se encontrava apontando para o solo e não para a guarnição”.
O laudo diz ainda que “sete disparos recebidos pelo Soldado Wesley, quatro foram quando ele já se encontrava alvejado no solo, indicando claramente excesso de força letal”.
A perícia finaliza afirmando que “diante da análise dos fatos, se os protocolos de gerenciamento de crise tivessem sido obedecidos e os profissionais certos tivessem participado do procedimento, a solução do conflito teria sido a rendição do soldado Wesley Soares de Góes e não sua execução”.
O policial militar Wesley Soares Góes, de 38 anos, morreu depois de ser baleado pela PM em março desse ano. Wesley havia saído de Itacaré, do batalhão onde era alocado e portava um fuzil com cinco cartuchos de munições e um revólver com 33 munições. Ao chegar no Farol da Barra, começou a atirar pra cima. Ele também estava com outra arma, que era de uso pessoal. Ele estava com o rosto pintado de verde e amarelo.
O PM foi atingido em pelo menos três regiões do corpo, incluído tórax e abdômen. Na época, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP), afirmou que o soldado declarou que “havia chegado o momento, fez uma contagem regressiva e iniciou disparos contra as equipes do Bope”. Os policiais, então, dispararam dez vezes contra Wesley.
O Governo da Bahia ainda não se manifestou sobre o laudo.
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