A médica Nise Yamaguchi entrou com uma ação por danos morais contra os senadores Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Covid, e Otto Alencar (PSD-BA) pela forma como foi tratada durante seu depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito no início do mês. Ela afirma ter sido vítima de misoginia e humilhação durante o interrogatório e cobra indenização de R$ 160 mil de cada um. Segundo informações do jornal O Estado de S.Paulo, o dinheiro será integralmente doado.
A ação, assinada pelos advogados Raul Canal e Danny Gomes, acusa os senadores de atacarem a dignidade de Nise ‘enquanto médica, cientista e mulher’ e intimidaram a oncologista. A defesa também pede que a a Procuradoria-Geral da República (PGR) seja comunicada para analisar se os parlamentares cometeram o crime de abuso de autoridade.
“Os requeridos abusaram de seu direito, e sua conduta, além de ilegal e injusta, não foi adequada ou necessária, merecendo ser coibida e punida severamente”, escrevem os advogados, de acordo com o Estadão. “Projetaram-se politicamente mediante a exploração e humilhação pública da autora, tratando-a como verdadeira inimiga”.
Defensora do chamado tratamento precoce para o tratamento da covid-19, Nise foi colocada na lista de investigados pela CPI divulgada na sexta-feira 18. Em um dos momentos do depoimento de Nise, Otto Alencar, que é médico de formação, a confrontou sobre conhecimentos técnicos a respeito de doenças virais. Insatisfeito com as respostas, interrompeu a oncologista: “A senhora não sabe, infelizmente a senhora não sabe nada de infectologia, nem estudou doutora, a senhora foi aleatória mesmo, superficial”, disse. Em sua defesa, Alencar garantiu que se referiu a médica, “com respeito, sempre a tratando como doutora, senhora e Vossa Senhoria”.
*R.O
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