Em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou, na tarde desta quinta-feira, 7 que, “na melhor das hipóteses”, a vacinação no Brasil contra a Covid-19 começará no dia 20 de janeiro. O comandante da pasta também apresentou outras duas alternativas. Segundo o general, “na hipótese média”, a imunização dos brasileiros terá início entre os dias 20 de janeiro e 10 de fevereiro, e, em último caso, de 10 de fevereiro até “meados de março”. Ainda segundo Pazuello, a expectativa é de cerca de 30 milhões de doses por mês, considerando as produções da Fiocruz e do Instituto Butantan. “Quando iniciaremos a vacinação no Brasil? Vou dar aos senhores três períodos: primeiro, até o dia 20 de janeiro, na melhor hipótese. Contamos com as vacinas do Instituto Butantan e com as da AstraZeneca. Na hipótese média, de 20 de janeiro a 10 de fevereiro. Na hipóteses mais alongada: 10 de fevereiro, até final de fevereiro, meados de março, que seria nos casos em que os registros ou a produção tenham percalços”, disse o ministro.
Pazuello também reiterou a informação de que, até o final de 2021, o Brasil terá 354 milhões de doses à disposição, sendo 254 milhões desenvolvidas pela Fiocruz e outras 100 milhões pelo Instituto Butantan. A quantidade já havia sido divulgada em seu pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, na noite da quarta-feira, 6. O Ministério da Saúde também afirmou na coletiva de imprensa que assinou nesta quinta-feira, 7, o contrato com o Butantan. Também nesta quinta, o governo do estado de São Paulo divulgou que a eficácia da CoronaVac, desenvolvida pelo instituto em parceria com o laboratório chinês Sinovac, é de 78% para casos leves e de 100% na prevenção de casos graves, moderados ou que necessitassem de internação hospitalar – o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pretende iniciar a vacinação no estado no dia 25 de janeiro, data de aniversário da cidade da capital paulista.
Negociações com farmacêuticas
Além de estipular datas para o início da vacinação, Pazuello também deu detalhes sobre a produção e a aquisição de imunizantes contra a Covid-19. O primeiro imunizante citado pelo ministro foi o desenvolvido pela Universidade de Oxford em parceria com a Astrazeneca. Pazuello explicou que, na época em que o acordo com a farmacêutica foi fechado, aquela era a melhor oportunidade disponível. “Há seis meses, optamos pela melhor vacina à época e melhor negócio à época, que era entrar em um negócio bilateral com a Astrazeneca em parceria com a Oxford”, explicou o ministro. Ele também falou sobre a Coronavac. Segundo Pazuello, um contrato foi firmado para garantir a entrega de 46 milhões de doses do imunizante até abril e outras 54 milhões até o final de 2021. Ele também assegurou que a distribuição não será restrita ao estado de São Paulo. “Toda a produção do Butantan será, a partir deste momento do contrato, incorporada ao plano nacional de imunização. [As vacinas] Serão distribuídas de forma equitativa e proporcional a todos os estados, da mesma forma como todas as vacinas da Astrazeneca”, explicou o ministro. O governo paulista nega que o Ministério da Saúde tenha formalizado qualquer acordo com o Instituto Butantan.
Em um tom mais direto, Pazuello falou sobre as negociações com a Pfizer, dizendo que a farmacêutica impõe cláusulas que dificultam possíveis acordos de aquisição dos imunizantes. Segundo o ministro, são três cláusulas, entre elas a de isenção completa de responsabilidades por possíveis efeitos colaterais causados pela vacina. Outro fator citado pelo ministro que dificulta a aquisição do imunizante foi a temperatura de -80ºC necessária para o seu armazenamento. “Queremos que ela [Pfizer] nos dê o tratamento compatível com o nosso país, que ela amenize essas cláusulas. Não podemos assinar desta forma”, afirmou. Além disso, o comandante da pasta da Saúde disse que a Pfizer iria oferecer ao Brasil 500 mil doses da vacina em janeiro e outras 500 mil em fevereiro. Nos meses seguintes, seriam disponibilizadas 2 milhões de doses mensais até junho. O ministro também afirmou que terá uma nova reunião com a farmacêutica amanhã, 8, para voltar a negociar a aquisição de doses da vacina.
As vacinas da Moderna e da Janssen também foram citadas por Pazuello. Sobre a primeira, que já está em uso emergencial em alguns países, o ministro disse que o país tem interesse na tecnologia da vacina, mas que a previsão de entrega não dificulta o negócio. “Quanto e quando entrega? Outubro de 2021, com a previsão de chegar até o fim do ano em 30 milhões de doses. É isso aí, pessoal. Ou fabrica no Brasil ou não tem vacina”, disparou. Por fim, ao falar da vacina da Janssen, o ministro disse que estão garantidas 3 milhões de doses no segundo trimestre do ano e que, até o fim de 2021, poderão ser fornecidas até 10 milhões de doses do imunizante.
*JP
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