O número de candidatos a prefeito que são policiais civis, militares e membros da ativa e da reserva das Forças Armadas do Brasil mais que dobrou nas eleições deste ano. O comparativo foi feito em relação às eleições municipais de 2016, quando 188 policiais disputaram o Executivo — em 2020, 388 candidatos nessa categoria foram identificados. Um deles é o deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante), candidato à Prefeitura de Salvador.
Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, 6.723 policiais e militares vão participar do pleito como candidatos a vice-prefeito ou vereador, um aumento de 11,4% em relação ao registrado nas últimas eleições. Os dados têm como base o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Especialistas ouvidos pelo jornal indicam que esse crescimento se deve à eleição de Jair Bolsonaro à Presidência da República em 2018. Junto com o capitão do Exército, cresceu também uma pauta conservadora com a qual muitos militares se identificam.
O presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, pontuou que o discurso desses candidatos passa por uma defesa da "ordem", muito além da pauta da segurança, diretamente ligada à farda. "Policiais estão indo além da figura da família Bolsonaro. O bolsonarismo é maior do que o Bolsonaro em si. Tem a ver com esse momento de convergência à direita, mas uma convergência a partir de um discurso de ordem", ressaltou.
A maioria dos candidatos é justamente do PSL, partido pelo qual Bolsonaro foi eleito — atualmente, o presidente está sem partido. A legenda comandada por Luciano Bivar possui 648 candidatos policiais ou militares nas eleições. Em 2016, o grupo era composto por 141 policiais. De acordo com o levantamento, o segundo partido na lista é o Republicanos, com 433 candidatos policiais ou militares ante 230 que lançou em 2016. A legenda filiou dois filhos do presidente, o senador Flávio Bolsonaro e o vereador pelo Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro.
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