Até
hoje nenhum humano jamais pisou em Marte, deixando isso somente para sondas e
robôs, mas a curiosidade sobre o nosso vizinho no Sistema Solar é grande, principalmente
pela ‘proximidade’ entre os planetas – 54,6 milhões de quilômetros – e a
possibilidade de estabelecer uma colônia humana por lá está sendo estudada há
mais de 30 anos.
Se
isso vai ser possível ou não, ninguém sabe. Mas um dos obstáculos é evidente: a
temperatura do planeta. Por ter uma órbita extremamente elíptica, a diferença
entre o verão marciano e o inverno é extrema. O calor por lá é de algo em torno
de 22º C, enquanto a estação fria faz os termômetros despencaram para algo
próximo de -125º C.
Sobre
a temperatura na superfície (que é em média de -63 °C) e a radiação, já existe
engenharia disponível para fazer trajes de proteção e abrigos para os
astronautas. Mas, as tempestades de poeira recorrentes ainda são um problema
que ainda requer muito estudo.
O
fato é que povoar Marte é um desafio e tanto, porque embora já se saiba que o
planeta já teve os ingredientes necessários para a existência de vida (água,
compostos orgânicos e um clima favorável) há bilhões de anos, hoje ele é um
planeta hostil a organismos.
Outro
problema é a atmosfera: 95% dela é composta de dióxido de carbono (CO2). Além
disso, tudo indica que o núcleo do planeta encontra-se em estado sólido. O que
isso significa? Que o campo magnético de Marte é extremamente fraco, o que faz
com que a sua atmosfera seja constantemente dissipada devido aos chamados
ventos solares.
Especialistas
afirmam que os principais desafios tecnológicos e sanitários para enviar uma
missão tripulada a Marte, que duraria dois ou três anos, já foram quase todos
resolvidos pela ciência. Para o lançamento, já existe foguetes potentes
fabricados pela Nasa desde a década de 1980. Os astronautas teriam que ficar
por lá durante 15 meses, esperando que Marte e Terra alcancem uma posição que
facilite esse retorno.
Mas lá tem água
Uma
boa notícia é que não falta água em Marte. Quer dizer, ao menos na forma de
gelo em suas calotas polares. Estima-se que exista 21 milhões de km3 de gelo no
planeta, tanto em sua superfície quanto no subsolo. Esse volume seria o
suficiente para cobrir a sua superfície toda em um hipotético oceano com 35 metros
de profundidade.
Isso
não ocorreria por um detalhe: a pressão atmosférica de Marte é muito baixa, o
que dificulta que a água se mantenha em estado líquido.
Há
indícios que nem sempre foi assim e que, há 3,8 bilhões de anos, Marte tinha
uma atmosfera mais densa, o que permitiu a ocorrência não apenas de água em
estado líquido, mas também a existência de lagos e oceanos em sua superfície.
Seria um cenário que permitiria, ao menos hipoteticamente, a existência de vida
no planeta vermelho.
A
presença de moléculas orgânicas complexas foi confirmada pela sonda Curiosity, da Nasa. Mas os dispositivos
a bordo não puderam concluir se elas teriam origem biológica. Ou seja, a gente
ainda não sabe se de fato houve vida em Marte.
Essa
é a missão da Perseverance, sonda da
Nasa enviada a Marte no final de julho, que deve pousar em 18 de fevereiro de
2021 na cratera Jezero, onde um rio correu de 3 a 4 bilhões de anos atrás,
depositando lama, areia e sedimentos. Na Terra, micróbios de bilhões de anos
foram encontrados fossilizados nas rochas de deltas semelhantes.
(Fonte: Hypeness
/ *Edição OutroOlharInfo)
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