Após manchar sua imagem com
inúmeras traições, o imperador ficou emocionalmente abalado e teve recaídas com
a Marquesa de Santos
Em
um relacionamento marcado por traições e humilhações, Pedro I e a Imperatriz
Leopoldina tiveram um conturbado casamento, conhecido publicamente pelo descaso
do marido com a fiel companheira. O imperador chegou a ostentar cinco amantes
simultâneas enquanto a esposa sofria com as dores de uma complicada gestação.
Pedro
não apenas agia com infidelidade, mas diminuiu Maria Leopoldina em seus anos
finais, chegando a nomear a amante Domitila de Castro como Marquesa de Santos.
Ele ainda forçou a companheira a aturar a amante em eventos da realeza, sempre
acompanhando o líder como dama de companhia.
“Na
correspondência dela (Leopoldina) com sua irmã, ela escreve o tempo todo
dizendo sua total decepção com o marido [...] Leopoldina foi uma figura
absolutamente solitária, que apesar de todo esse sofrimento, vai acompanhar Dom
Pedro I, ela não o desampara em momento nenhum”, afirmou a grande historiadora
Mary del Priore em entrevista exclusiva à AH.
Em
dezembro de 1826, no entanto, o casamento foi interrompido de forma trágica
após uma hemorragia causada por um aborto espontâneo, resultando em sua morte
com apenas 29 anos.
A
comoção popular resultou em uma péssima imagem para o imperador, visto que suas
relações extraconjugais não eram nada ocultas. Brigas, agressões e até mesmo o
abalo psicológico foram listados como os problemas causados por Pedro I que
vitimaram a austríaca.
A
angústia do fim
O
falecimento precoce da esposa fez o viúvo mudar sua postura, principalmente no
que se referia a gratidão pelos serviços e companheirismo de Maria. O imperador
se mostrava arrependido de não ter retribuído um amor incondicional e
fidelidade marital. De acordo com o pesquisador e autor Paulo Rezutti, em uma
carta enviada para a Marquesa de Santos, Pedro afirmou ter sonhado com a
ex-esposa na noite em que ela morreu.
A
figura menos favorecida com a situação foi Domitila, que por um lado, passou a
ser odiada por uma grande parcela da população com apreço pela falecida, e por
outro, uma das suspeitas de sabotagem em sua morte. Pedro preferiu se afastar
gradativamente, chegando a brigar com Domitila, alegando que a mesma era um
retrato de sua vida indigna.
Decidido
a jamais cometer os mesmos erros em uma relação futura, Pedro ainda tentou
pedir perdão ao sogro Francisco I, sem sucesso; o homem, assim como muitas
princesas, não se convenceu de que ele havia mudado, somando em sua má
reputação. Rejeitado pelas mulheres da alta sociedade, o imperador chegou a ter
recaídas de orgulho e carência, aceitando a presença de Domitila após quase um
ano de sua recusa.
Uma
nova chance
A
nova oportunidade para Pedro honrar sua promessa surgiu em 1829, em uma ocasião
arranjada diplomaticamente. Apesar de nunca ter visto Amélia de Leuchtenberg, o
homem aceitou o noivado arranjado, desprendendo-se de quaisquer vaidades ou
orgulho ao agendar uma cerimônia com alguém que não conhecia. Para sorte do
imperador, a futura esposa — que conheceu em agosto — era uma linda moça.
Filha
de Eugênio de Beauharnais, Duque de Leuchtenberg, e da princesa Augusta da Baviera,
a garota aceitou conhecer um imperador de uma potência, esbanjando educação. Em
17 de outubro do mesmo ano, ratificaram os votos realizados por procuração em
uma missa nupcial, oficializando o segundo casamento do imperador.
Historicamente,
não houve novos registros de traições por parte do imperador, mostrando o que a
promessa feita ao pai da esposa era sincera. Amélia, por outro lado, foi bem
recebida pela nova família, além de ser bastante amistosa com os filhos
provenientes do primeiro casamento do marido. A relação durou oito anos e só
foi interrompida pelo falecimento de Dom Pedro, em 1834.
(Fonte: Aventuras na História / *Edição
OutroOlharInfo)
0 comments: