
Em 1918, a gripe espanhola ceifou
milhares de vidas no Brasil. O desembarque da gripe mortal se deu através de um
navio telegrama vindo da Europa, com passageiros infectados que apearam em
Recife, Salvador e Rio de Janeiro. No mundo inteiro somaram-se em torno de 50
milhões de mortos.
Surge, em 2020, uma nova pandemia
viral de gripe. Não vivemos mais no passado longínquo, onde os remédios eram
quase que exclusivamente chás e na base do curandeirismo. Naquela época a
medicina e as pesquisas médicas eram escassas e limitadas.
Mas hoje, em pleno século XXI,
vivemos outra realidade. É a era do avanço das pesquisas médicas e da evolução
da ciência como um todo. Ciência da descoberta da Penicilina (o primeiro
antibiótico); da criação de computadores (inteligência artificial); da odisseia
que levou o Homem a pisar o solo lunar; das descobertas no planeta Marte. Do
avanço das tecnologias e da robótica. Das tecnologias encantadoras dos
celulares e tudo mais... E do ápice científico que aconteceu em 1997 com a
primeira clonagem de um ser vivo, a ovelha Dolly.
É realmente um mundo fantástico!
Grandes feitos, grandes inventos, grandes descobertas. Inovações e revoluções
quase por minutos.
Mas quem diria! Uma gripe! Isso
mesmo, uma gripe. Pôs toda nossa colossal sociedade moderna de joelhos. Os
seres inteligentes, modernos, autossuficientes bateram com a cara na porta, no
portão, na parede ou mesmo na grade. O mundo parou! Estamos todos presos;
presos nos nossos acertos e erros, nas alegrias e tristezas, na coragem e nos
medos, nas forças e nas fraquezas, nos nossos infinitos sentimentos. Ou seja,
estamos vivenciando o que é ser humano no estado mais primitivo.
Toda crise traz consigo um
ensinamento. E talvez o maior ensinamento dessa grande tempestade seja para nos
dizer que somos muito, mais muito pequenos. Não somos super-heróis, não somos
grandes, não somos semideuses. Somos apenas POBRES MORTAIS.
(José Júnior, 18/04/2020)
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