Não é novidade que desde o início de 2020 em Amargosa, há um aumento do número de casos de dengue na cidade, e este fato tem deixado os moradores muito assustados. O prefeito de Amargosa Júlio Pinheiro (PT), em entrevista a rádio Vale FM no último dia 4, admitiu o grande número de casos no município; embora não tenha revelado o número oficial, alegou não haver casos registrados da doença o suficiente para a aplicação de inseticidas com carro fumacê. O carro fumacê está entre as medidas emergenciais para combater a proliferação do mosquito Aedes Aegypti.
Levando em consideração o grande número de moradores de Amargosa, que vêm se queixando em ter sofrido ou de conhecer alguém que tenha sido contaminado pelo mosquito e contraído dengue, pode-se cogitar a possibilidade de estar ocorrendo subnotificação dos casos reais da doença na cidade. A subnotificação ocorre quando parte do número de casos da doença não é registrado pelo órgão competente, no caso aqui a secretaria municipal de saúde. A falha que acontece quando pessoas, acometidas pela doença, não buscam cuidados médicos. Tendo em vista este período de pandemia, em que as pessoas têm buscado atendimento hospitalar apenas em caso de extrema emergência, a subnotificação dos casos de dengue pode estar ocorrendo em Amargosa. Para ilustrar como esta falha ocorre, podemos usar como exemplo o estudo de pesquisadores da UFBA e Fiocruz (realizado em 2016), onde revela que de 997 casos de dengue detectados na capital baiana, apenas 57 foram registrados pelo governo na época.
Dados divulgados pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) apontam que 2.292 pessoas foram diagnosticadas com dengue, zika ou chikungunya só nas primeiras cinco semanas deste ano em todo o estado. Com todo este cenário, a prefeitura de Amargosa deveria não se omitir ao clamor do povo, e por desencargo de consciência, reforçar a solicitação do carro fumacê junto a SESAB, para ajudar os trabalhos no combate aos mosquitos no município. Afinal de contas, não se pode negligenciar que dengue também mata.
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