O secretário especial da Cultura, Roberto Alvim, foi exonerado do cargo, segundo confirmou a assessoria da pasta na manhã desta sexta-feira. Ele provocou uma onda de indignação após copiar frases de um discurso nazista em um pronunciamento oficial da pasta. A exoneração de Alvim já havia sido antecipada pela colunista Miriam Leitão e foi publicada no Diário Oficial em edição extra na tarde desta sexta.
A polêmica surgiu após um vídeo ser divulgado para anunciar o Prêmio Nacional das Artes, projeto no valor total de mais de R$ 20 milhões. Na gravação, Alvim copiou uma citação do ministro de propaganda da Alemanha nazista, Joseph Goebbels. Além disso, o anúncio traz como fundo musical a ópera "Lohengrin", de Richard Wagner, compositor alemão celebrado pelo nazismo. A semelhança entre o discurso de Alvim e do ministro nazista foi identificada primeiro pelo portal "Jornalistas Livres".
O presidente Jair Bolsonaro comunicou também, por meio de nota, a demissão de Roberto Alvim da Secretaria Especial de Cultura. De acordo com Bolsonaro, o "pronunciando infeliz" tornou a permanência de Alvim no governo "insustentável", por mais que ele tenha se desculpado.
Bolsonaro disse repudiar as "ideologias totalitárias e genocidas" e "qualquer tipo de ilação às mesma". Além disso, manifestou "total e irrestrito apoio à comunidade judaica". Mais cedo, o Palácio do Planalto havia informado que não iria comentar a declaração de Alvim, alegando que o então secretário já havia se manifestado.
O vídeo e as referências ao nazismo incomodaram até mesmo o mentor de Roberto Alvim, o ideólogo Olavo de Carvalho. "É cedo para julgar, mas o Roberto Alvim talvez não esteja muito bem da cabeça. Veremos", publicou Carvalho. Em entrevista à "Rádio Gaúcha" na manhã desta sexta-feira, ele lamentou a declaração do guru.
*O GLOBO
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