Fotografia
reproduzida em redes sociais expõe tragédia causada pelos incêndios florestais
no país; cerca de 500 milhões de animais já morreram por causa das chamas,
segundo Universidade de Sydney
RIO — As chamas que atingem as
florestas nos estados de Nova Gales do Sul e Vitória, na Austrália, já fizeram
com que milhares de pessoas fossem retiradas de áreas de risco e causou,
segundo a Universidade de Sydney, a morte de cerca de 500 milhões de animais,
entre eles um filhote de canguru registrado pelo fotógrafo Brad Fleet, do
jornal local “The Advertiser”. A
imagem do animal carbonizado preso a uma cerca de arames nas colinas de
Adelaide repercutiu nos veículos de comunicação e redes sociais e ilustra a
tragédia causada pelos incêndios no país.
O pequeno animal ficou preso quando
fugia das chamas em Cudlee Creek, cidade no Sul da Austrália. Ele não conseguiu
se desprender e morreu queimado. Segundo a “Seven
News”, somente nos incêndios de Cudlee Creek, 5.790 animais morreram nos
incêndios, incluindo gado, alpacas e animais de estimação.
E os incêndios florestais que já
devastaram quase 60 mil km² na Austrália tendem a se agravar ao longo deste fim
de semana, por conta de uma nova onda de calor que deve manter os termômetros
acima dos 40°C. Atrelado a fortes rajadas de vento, o fenômeno pode disseminar
ainda mais as chamas, que já mataram 23 pessoas.
8 mil coalas mortos
Desde setembro, o fogo engoliu
casas e florestas e devastou a fauna. Segundo a Universidade de Sydney, quase
meio bilhão de animais morreram apenas em Nova Gales do Sul. O número inclui
répteis, aves e mamíferos. No Parlamento, a ministra do Meio Ambiente, Sussan
Ley, afirmou que cerca de um terço dos coalas no país sucumbiu aos incêndios —
algo em torno de 8 mil animais.
Com o temor de que a nova onda de
calor faça com que as chamas se multipliquem, autoridades conduziram ontem
resgates com embarcações da Marinha. Milhares de pessoas isoladas em praias
foram retiradas e levadas a Hastings, cidade próxima a Melbourne.
O primeiro-ministro, Scott
Morrison, chegou a reclamar da falta de cooperação internacional depois de
resistir a pedir ajuda estrangeira. EUA e Canadá encaminharam bombeiros, e a
Cruz Vermelha auxilia no acolhimento dos mais afetados. Alvo de críticas pela
política ambiental considerada negacionista, Morrison foi hostilizado ontem em
visita à cidade de Cobargo. Na véspera, um bombeiro se recusou a
cumprimentá-lo.
(Fonte: O Globo / *Edição OutroOlharInfo)
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