Apesar do baixo quórum, a primeira sessão da convocação extraordinária para apreciação da PEC da Previdência e outros projetos, nesta segunda-feira (13), foi marcada por um embate direto entre o líder do governo, Rosemberg Pinto (PT), e o deputado Hilton Coelho (PSOL). No centro do debate, o pedido de suspensão da tramitação da PEC feito por Coelho junto ao Tribunal da Justiça da Bahia (TJ-BA), acolhido no último sábado (11) pela desembargadora Rosita Falcão (veja aqui).
“Quem resolve o problema da nossa Casa, do Regimento da nossa Casa são os deputados. No momento que vou pedir a interferência do Judiciário, eu estou dizendo que essa Casa não tá tendo a capacidade de resolver seus problemas internos. Quero lamentar o questionamento que se fez a essa Casa. Vossa excelência fazer uma judicialização dos ritos dessa Casa é irreparável. Acho legítimo que a CUT e outra central fizesse, mas um parlamentar é lamentável e eu não podia ficar calado sobre essa questão", enfatizou o líder governista.
Rosemberg criticou ainda o pedido de retirada da PEC proposto por algumas categorias, acusando os grupos de criar um “impasse” na discussão. “Convidei todos os partidos, inclusive o PSOL. Hilton participou de todas as reuniões. Não discute quem não quer. O que aconteceu na porta é uma marcação de posição da política”, avaliou o petista em referência aos novos protestos realizados por algumas categorias nesta manhã. Uma nova rodada de negociação entre parlamentares e deputados será realizada hoje.
Presente na sessão, Hilton Coelho não se furtou em rebater o colega afirmando que, apesar de “se reivindicar como um lutador social”, Rosemberg “não está na vivência dos sindicatos”.
“Nós desejamos fazer uma discussão aberta, séria, tranquila, sem que os trabalhadores precise fazer uma reflexão dos minutos que lhe resta”, respondeu o pesolista, sem perder a oportunidade de alfinetar o líder governista e estabelecer uma comparação do comportamento do governador da Bahia, Rui Costa (PT), ao do comunista, Flávio Dino, governador do Maranhão, sobre a reformar da Previdência estadual.
“Outro governador que é do seu grupo, Flávio Dino, estabeleceu dois anos de debate sobre o tema. Por que a Bahia tem que impor esse atropelamento?", questionou Coelho. “O que queremos é privilegiar a política através do debate sincero”, finalizou.
*BAHIA NOTÍCIAS
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