Após mais de uma década de
pesquisas, cientistas finalmente chegaram ao maior mapa de conectividade
cerebral já criado. O modelo mostra 25 mil neurônios, e 20 milhões de sinapses
rolando entre eles. É como um print
screen de um cérebro, com todas suas conexões e meandros.
A experiência foi feita com o
cérebro de uma mosca, devido ao seu tamanho mais… humilde. O inseto possui, em
média, 100 mil neurônios, enquanto o ser humano esbanja 86 bilhões. Mesmo
assim, só um terço do órgão aparece na ilustração ali em cima. Foram dois anos
de trabalho para que os pesquisadores pudessem revisar todos os detalhes, o que
mostra o longo caminho que ainda precisa ser percorrido para realizar o mesmo
com o cérebro humano.
O cérebro da mosca é extremamente
pequeno – tem o tamanho de uma semente de papoula. Para permitir a pesquisa,
ele foi fatiado em tirinhas com 20 mícrons de espessura, o equivalente a um
terço da largura de um fio de cabelo.
As fatias foram então fotografadas
com um microscópio que capta imagens em alta resolução. Como resultado, têm-se
dados com cerca de 50 trilhões de pixels 3D, que são processados utilizando um
algoritmo que rastreia as ligações entre as células.
A representação mostra cerca de 25
mil neurônios, que são as células que compõem o sistema nervoso e conduzem os
impulsos eletroquímicos. Os caminhos formados pelos neurônios através do
cérebro são como avenidas, enquanto as informações seriam os carros.
Além disso, rastrearam as 20
milhões de sinapses realizadas entre os neurônios. As sinapses são o vão entre
um neurônio e outro onde eles fazem contato entre si, recebendo e enviando as
informações.
A utilidade está longe de ser
meramente ilustrativa. Caso o mesmo um dia possa ser feito no cérebro humano,
será possível compreender como pensamentos e percepções são gerados. Além
disso, pesquisadores conseguirão constatar como as funções deixam de operar,
resultando em doenças como esquizofrenia e Alzheimer. Consequentemente, a cura
estaria mais próxima.
Por outro lado, há quem critique o
mapeamento ー
chamado de conectomia ー
dizendo que ele na verdade não permite grandes avanços, e que os recursos
empregados nele poderiam ser melhores aproveitados em outras pesquisas. De
qualquer forma, muitos enxergam esse como um grande passo na neurociência. Um
degrau na direção de conquistas mais complexas.
(Fonte: Superinteressante / *Edição OutroOlharInfo)
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