O Natal é a data mais excelsa do
calendário cristão, pois celebra o nascimento de Jesus. Em tempos de consumismo
desenfreado, o nome do verdadeiro aniversariante fica um pouco obnubilado
diante do Papai Noel, personagem icônico que personifica a permuta de
presentes. A figura do Bom Velhinho
mexe com o inconsciente coletivo, afinal, quem não gosta de ganhar presentes? Obviamente,
não podemos esquecer que o eixo central do Natal é Cristo. O presente artigo
fará uma reflexão do 25 de Dezembro tendo
como horizonte o Evangelho segundo Mateus.
O primeiro evangelho do Novo Testamento traz uma escrita
bastante fluida. Mateus é didático e claro na apresentação dos fatos e das
subsequentes reflexões. Logo no início do evangelho, Mateus nos concede a
árvore genealógica de Jesus: “Eliud foi a pai de Eleazar; Eleazar foi o pai de
Matã; Matã foi o pai de Jacó. Jacó foi o pai de José, o esposo de Maria, da
qual nasceu Jesus, que é chamado o Messias” (1:15-16). O evangelista apresenta
Jesus como descendente direto de Abraão e Davi: “Assim, as gerações desde
Abraão até Davi são catorze; de Davi até o exílio na Babilônia, catorze
gerações; e do exílio na Babilônia até o Messias, catorze gerações” (1:17). Ademais,
Mateus denomina o Filho do Pai como
Emanuel, que quer dizer: “Deus está conosco”.
Maria estava prometida em casamento
a José, porém antes de selarem a união, ela ficou grávida. O justo José não quisera
denunciar Maria; cogitou a possibilidade de deixá-la sem ninguém saber. Certa noite,
o Anjo do Senhor apareceu em sonho e falou-lhe que Maria ficara grávida pela
intercessão do Espírito Santo.
Escutemos o Anjo do Senhor: “Ela dará à luz um filho, e você lhe dará o nome de
Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados” (1:21). Mateus é
enfático ao apresentar Jesus como o Salvador
da humanidade. Diferentemente da tradição judaica que salienta os Hebreus
como o povo escolhido de Deus, a concepção cristã é universal; Jesus é o
Próprio Pai que escolheu todos os povos, o Redentor
de todos os seres humanos.
Jesus nasceu em Belém, na Judeia,
durante o reinado de Herodes. Oriundos do Oriente, três magos chegaram a
Jerusalém, “e perguntaram: ‘Onde está o recém-nascido rei dos judeus? Nós vimos
a sua estrela no Oriente, e viemos para prestar-lhe homenagem” (2:2). Os Reis
Magos são ícones do Natal e despertam um carinho especial no coração dos
cristãos. Poderíamos interpretar a Estrela
do Oriente como uma referência do Espírito
Santo no encontro entre os magos e o recém-nascido Filho de Deus. Por ora, ouçamos o evangelista: “Quando entraram na
casa, viram o menino com Maria, sua mãe, ajoelharam-se diante dele, e lhe
prestaram homenagem. Depois, abriram seus cofres, e ofereceram presentes ao
menino: ouro, incenso e mirra. Avisados em sonho para não voltarem a Herodes,
partiram para a região deles, seguindo por outro caminho” (2:11-12).
À perseguição de Herodes, Maria,
José e o Menino fugiram para o Egito. A Sagrada
Família ficara lá até a morte de Herodes. No regresso para casa, os três
foram habitar na região da Galileia, “e foi morar numa cidade chamada Nazaré.
Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito pelos profetas: ‘Ele será chamado
Nazareno’” (2:23). Do nascimento até a ressureição, Jesus teve uma vida épica.
Logicamente, Mateus o posiciona no centro da nova aliança entre Deus e a
humanidade; o Cordeiro de Deus que
reinará não apenas para o povo de Israel, outrossim, a todos os povos do mundo.
Enfim, até àqueles que não são cristãos, são afetados pela mensagem de paz do
Natal. É insofismável que o nascimento de Jesus Cristo simboliza a renovação e
a esperança, inspirando a humanidade na construção de uma existência regida
pela comunhão ad eternum com Deus.
Feliz Natal!
(Tosta Neto, 25/12/2019)
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