Em 2018, com a vitória de Jair
Bolsonaro, os Arautos do Apocalipse anunciaram o advento do fascismo no Brasil.
A priori, é preciso definir o
fascismo e situá-lo na história. Muitos “especialistas” em filosofia política
propagam aos quatro ventos que o governo hodierno é fascista; curiosamente,
alguns deles nem sabem o que é o fascismo, pois falam daquilo que ouvem. Às
vezes, tenho a leve impressão que os especialistas supracitados são meros
papagaios da cartilha da esquerda. Presentemente, não há evidências factíveis
da implantação do regime fascista nas terras
brasilis.
É mister situar o fascismo como um
fenômeno específico da Itália nos anos 20 e 30, logo é um anacronismo histórico
transferi-lo para o Brasil de 2019. Por ora, este que vos escreve, fará uma
concisa explanação histórica sobre o fascismo. A palavra fascismo deriva do latim fascium. Na República Romana, fascium
designava uma das insígnias do poder do Estado – 30 varas atadas por uma corda
formando um cilindro que não se rompia. O fascismo foi fundado em 1919 por
Benito Mussolini; inicialmente, um grupo paramilitar intitulado Fasci Italiani di Combatimento (Grupos
Italianos de Combate), depois transformado em partido político. Com o
crescimento do Partido Fascista no Parlamento nas eleições de 1921 e o sucesso
da Marcha sobre Roma em 1922, o rei
Vítor Emanuel III escolheu Benito Mussolini para o cargo de primeiro-ministro,
chancelando a chegada dos fascistas ao poder.
Como em qualquer ditadura, os
fascistas implantaram o unipartidarismo, isto é, só o Partido Fascista tinha
legitimidade diante do Estado. Na prática, o Estado Italiano foi convertido
como sustentáculo de poder do fascismo. Aqui no Brasil, em nenhum momento, o
presidente flertou com a ideia de partido único. Apesar do aparelhamento
estatal efetuado pelo PT quando ocupou a presidência e a insegurança jurídica
oriunda dos desmandos e das interpretações circunstanciais do STF, os pilares
do Estado Democrático de Direito estão rijos. Na Itália Fascista, o poder
executivo destroçou os poderes legislativo e judiciário, status quo inexistente na contemporaneidade brasileira.
Durante a ditadura fascista, o Estado
realizara intervenções na economia e em todos os setores da sociedade.
Lembremos da máxima proferida pelo Duce:
“Tudo no Estado, nada contra o Estado, e nada fora do Estado.” Com as medidas
econômicas tomadas por Paulo Guedes, entre as quais, a implementação de
privatizações, o Pacto Federativo e a liberdade econômica, presencia-se a
diminuição do tamanho do Estado. Este conjunto de medidas alinhadas ao
liberalismo encontra-se num polo diametralmente oposto ao paradigma econômico
do fascismo. Ademais, não esqueçamos da semelhança entre o fascismo e o
socialismo no campo econômico: intervencionismo estatal.
Não é novidade para ninguém que os
partidos de esquerda defendem com voracidade o crescimento do Estado, o que
ampliaria o aparelhamento da máquina estatal com a contratação de militantes e
apaniguados, além da ânsia em devorar o erário, haja vista o Mensalão e o Petrolão, ícones de corrupção da era petista na presidência. Os
governos Lula e Dilma legaram: crise econômica sem precedentes na história do
Brasil, elevadas taxas de juros – que beneficiaram sobretudo os banqueiros – e
altos índices de inflação e desemprego. Cinicamente, alguns esquerdistas
(“experts” em economia e ciências políticas) querem colocar o nocivo legado em
questão na conta da Lava-Jato, do
Governo Temer e do Presidente Jair Bolsonaro.
Conforme os fatos políticos,
econômicos e históricos, as profecias dos Arautos do Apocalipse não são
exequíveis. Porém, enquanto Bolsonaro estiver no poder, a esquerda continuará a
gritar que no Brasil está em curso um projeto de implantação do fascismo, por
sinal, os esquerdistas são ótimos em gritaria. Vale enfatizar que é praxe da
esquerda negar qualquer medida positiva efetuada pelos adversários políticos.
No mundo egoísta da esquerda, apenas ela está habilitada a fazer o bem à
humanidade. Como diria Luiz Felipe Pondé: “a esquerda se sente moralmente
superior”. Enfim, a profecia do advento do fascismo no Brasil está sendo um
retumbante fracasso.
(Tosta Neto, 28/11/2019)
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