No País do Futebol, um número seleto de atletas consegue alcançar o
status de jogador profissional. No cotidiano, sobretudo em cidades pequenas, é
deveras difícil encontrar alguém que tenha atingido o profissionalismo, mas a
nossa região, o Vale do Jiquiriçá, tem uma referência: Josa. Inúmeros jovens
brasileiros sonham veementemente com a carreira no futebol, porém
apenas um percentual ínfimo atinge tal feito. O jogador profissional, às vezes,
emana a aura de uma entidade sagrada que acaba sendo uma inspiração para estes
jovens. Com a recente conquista do Campeonato
Brasileiro da Série C do atleta supracitado, tive o insight para escrever este singelo artigo. Desde já, agradeço a
Erick Pires (irmão de Josa), por ter me concedido informações valiosíssimas
para a produção textual em questão.
Josa, natural de Ubaíra, 35 anos,
criado no Alto da Alagoinha, veio morar em Amargosa, onde efetuou seus
primeiros passos no futebol, quando ainda atuava como meia-atacante. Na ascensão
até o profissionalismo, o Real Salvador foi imprescindível para o atleta
ubairense. Enquanto profissional, Josa foi recuado para a posição de primeiro
volante, setor estratégico no futebol, pois faz o elo entre a defesa e o
meio-campo, além de proteger a zaga das primeiras investidas do ataque
adversário. Josa teve passagens pelo futebol de Sergipe, conquistando o título
estadual; ademais, jogou fora do Brasil, precisamente no futebol português, com
aparições na primeira divisão pelo Paços de Ferreira.
Incontestavelmente, a carreira de
Josa angariou notoriedade no Ituano. Em 2014, o time do interior paulista,
comandado pelo técnico Doriva, conquistou o título estadual mais renomado e
competitivo do país. Na fase de grupos, o Galo
de Itu se classificou em 2º lugar, deixando o Corinthians fora do
mata-mata. Nas quartas de final, em jogo único, o Ituano superou o Botafogo de
Ribeirão Preto. Na semifinal, também em confronto único, a equipe de Itu venceu
o Palmeiras por 1 x 0. Na final, em dois jogos, o Ituano enfrentou o Santos:
após dois resultados iguais pelo placar mínimo, a decisão do Campeonato Paulista foi às penalidades
máximas. A igualdade persistia até a 7ª cobrança: Josa bateu e converteu, o
Santos desperdiçou e o time do interior sagrou-se campeão. O camisa 5 foi
agraciado com o pênalti do título e, na condição de capitão, ergueu a taça mais
importante da história do Ituano.
Subsequente ao título paulista,
Josa teve uma curta passagem pelo Vitória. Jogou também em outros clubes, entre
os quais, Boa Esporte, CRB e Figueirense. Transferiu-se para o Náutico e, em
2018, conquistou o Campeonato
Pernambucano, título que não vinha desde 2004. Tabu quebrado! Josa mostrou
que é pé-quente. Contudo, a melhor
parte estava por vir: o Campeonato
Brasileiro da Série C. A campanha histórica foi eternizada pelo acesso do Timbu à Série B: depois de vencer o Paysandu nos pênaltis nas quartas de
final, num dos momentos mais marcantes do futebol brasileiro nos últimos anos,
a extasiada torcida alvirrubra invadiu em peso o gramado do Estádio dos Aflitos. Simplesmente épico!
Inesquecível!
O título nacional da Série C é mais um magnífico capítulo do
itinerário de Josa no futebol. O triunfo foi consumado contra o Sampaio
Correia; na partida de ida o Timbu
venceu por 3 x 1, confirmando o título na casa do adversário com um empate de 2
x 2. Josa entrou para a história ao erguer a taça do primeiro título nacional
do centenário Clube Náutico Capibaribe,
um dos times mais tradicionais do Nordeste, fundado na cidade do Recife em 1901.
Enfim, o aguerrido e vitorioso volante é um ícone para todos aqueles que
objetivam realizar seus sonhos no concorrido e distante mundo do futebol
profissional. Os amantes e admiradores do futebol na nossa região ficam
lisonjeados e orgulhosos com a trajetória vencedora que Josa está construindo no
esporte mais popular e amado da Terra.
Tosta Neto, 20/10/2019
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