As pequenas cidades americanas de
Rachel e Hiko, perto da altamente secreta área 51, em Nevada, se prepararam
para uma possível "avalanche" de visitantes.
O evento no Facebook chamado
"Invasão da Área 51: eles não podem parar todos nós" viralizou e
centenas de milhares de pessoas disseram que compareceriam — mesmo que a pessoa
que teve a ideia tenha dito que era uma piada.
Até o momento, a
"invasão" não se confirmou e poucas pessoas parecem ter cumprido a
promessa.
A Área 51 é uma região onde fica
uma base da Força Aérea dos Estados Unidos e foi batizada popularmente com esse
nome.
Ela fica no lago Groom, um leito de
lago seco no deserto de Nevada, a 85 milhas (135 km) ao norte de Las Vegas.
O que se passa lá dentro é
extremamente secreto. O público em geral é mantido afastado da região por
sinais de alerta, vigilância eletrônica e guardas armados.
Também é ilegal sobrevoar a Área
51, embora a região agora esteja visível em imagens de satélite. A base possui
pistas de pouso com até 12 mil pés (3,7 km) de comprimento.
A instalação fica ao lado de duas
outras áreas militares restritas: a Área de Testes de Nevada, onde as armas
nucleares dos EUA foram testadas das décadas de 1950 a 1990, e a Faixa de Teste
e Treinamento de Nevada.
Toda essa área abrange mais de 1
milhão de hectares.
Segundo as Forças Armadas
americanas, representa "um espaço de batalha flexível, realista e
multidimensional para conduzir o desenvolvimento de táticas de testes e
treinamento avançado".
A Área 51 foi criada durante a
Guerra Fria entre os EUA e a União Soviética como uma instalação de teste e
desenvolvimento de aeronaves, incluindo os aviões de reconhecimento U-2 e SR-71
Blackbird.
Embora tenha sido inaugurada em
1955, sua existência só foi oficialmente reconhecida pela CIA, a agência
americana de inteligência, em agosto de 2013.
Quatro meses após a divulgação da
CIA, Barack Obama se tornou o primeiro presidente dos EUA a mencionar
publicamente a Área 51.
Embora as informações oficiais
sejam escassas, acredita-se que os militares dos EUA continuem usando a Área 51
para desenvolver aeronaves de ponta.
Acredita-se que cerca de 1.500
pessoas trabalhem lá, muitas chegando e saindo em voos "bate-volta"
de Las Vegas.
Annie Jacobsen, que escreveu sobre
a história da Área 51, disse à BBC que
alguns dos programas de espionagem mais avançados do mundo estão no local.
"A Área 51 é uma instalação de
teste e treinamento. A pesquisa começou com o avião espião U-2 na década de
1950 e agora passou para drones", diz ela.
O sigilo em torno da Área 51 ajudou
a alimentar muitas teorias da conspiração.
O mais famoso é a alegação de que a
área hospeda uma espaçonave alienígena e os corpos de seus pilotos, depois de
terem caído em Roswell, no Novo México, em 1947.
O governo dos EUA diz que não havia
alienígenas e que o objeto acidentado era um balão meteorológico.
Outros afirmam ter visto óvnis
acima ou perto do local, enquanto alguns dizem que foram sequestrados por
alienígenas e até foram analisados antes de serem devolvidos à Terra.
E, em 1989, um homem chamado Robert
Lazar afirmou ter trabalhado com tecnologia alienígena dentro da Área 51. Ele
afirmou ter visto fotografias médicas de alienígenas e que o governo usou a
instalação para examinar óvnis.
A associação da Área 51 com alienígenas
pode ter servido como uma distração útil para as agências de inteligência.
"Desde 1950, a CIA desenvolveu
um escritório de óvnis para lidar com avistamentos de objetos voadores não
identificados sobre Nevada. Quando as pessoas viram o avião espião U-2 voando
pela primeira vez, ninguém sabia o que estava vendo", diz Jacobsen.
"A CIA usou essa desinformação
em seu benefício, promovendo uma mitologia alienígena."
Matty Roberts, de 20 anos, criou um
evento no Facebook propondo que "podemos correr mais rápido que as balas
deles. Vamos ver os alienígenas".
Dois milhões de pessoas disseram
que iriam, embora um festival vinculado ao evento tenha sido cancelado por
conta do medo de um "possível desastre humanitário".
Os sinais de alerta ao redor da
Área 51 deixam claro que não serão tolerados invasores.
A Força Aérea alertou que a Área 51
"é um campo de treinamento restrito". O comunicado acrescentou:
"A Força Aérea dos EUA está sempre pronta para proteger a América e seu
patrimônio."
(Fonte: BBC News / *Edição OutroOlharInfo)
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