Brasileiro
tem início de prova tranquilo, mas aumenta o ritmo e vence disputa na Hungria
Nem a exaustão foi capaz de parar
Isaquias Queiroz. Desgastado pela disputa de uma dura final do C2 1000m e pelo
esforço incrível que o fez liderar a semifinal na véspera, o brasileiro deu
mais uma demonstração do porquê é um dos grandes canoístas da atualidade. Neste
domingo, o baiano não tomou conhecimento dos rivais na prova individual e
conquistou o título no Mundial de canoagem velocidade no C1 1000m. É a segunda
medalha dele em Szeged: antes, já havia sido bronze nas duplas. O brasileiro
foi o único a terminar abaixo dos quatro minutos: 3min59s23.
Esta é a 12ª medalha de Isaquias em
Mundiais adultos, sendo a sexta de ouro. Além dele, o pódio teve o polonês
Tomasz Kaczor, com 4min00s92, com a prata, e o francês Adrien Bart, com
4min01s55. O alemão Sebastian Brendel, outro favorito, ficou apenas com o
quarto lugar, à frente do tcheco Martin Fuksa, que também brigava pelo pódio.
- Vim sem estar totalmente
preparado, com uma gripe, mas é trabalho. Eu botei o tronco embaixo e fui
remando. Eu acho que a prova do C1 1000 de ontem me ajudou muito. Eu estava
muito cansado, mas deu mais confiança ter conquistado a vaga. Acordei feliz,
acordei bem e fui pra cima - disse o brasileiro, atleta do Flamengo.
Os cinco primeiros colocados da
prova garantiriam vaga para os respectivos países em Tóquio 2020. Mas Isaquias
não tinha essa pressão sobre os ombros. O resultado do C2 1000m na véspera
classificou não só a canoa para dois nos Jogos como também a canoa para uma
pessoa.
Na final, Isaquias manteve a
estratégia com um início de prova tranquilo. O brasileiro só começou a apertar
o ritmo a partir da metade do percurso, quando pulou para a quarta posição. Mas
era só o começo. Na reta final, não tomou conhecimento dos rivais. Ao abrir
muita vantagem sobre todos os outros, o baiano cravou seu nome em mais um
título. Soltou o grito logo ao cruzar a linha de chegada e se jogou na água
para festejar. Mais do que merecido.
O baiano tinha dado sinais de
exaustão na véspera. Na semifinal encarou um balizamento duro, remando na raia
ao lado de Martin Fuksa, então vice-campeão mundial da prova. Passou a maior
parte do percurso lutando para manter-se na terceira posição, mas o medo de
ficar fora da disputa por medalhas o impulsionou para um sprint incrível nos
últimos 200m, ultrapassando o polonês Tomasz Kraczor e o próprio Fuksa já na
linha de chegada.
Horas antes Isaquias tinha
competido na decisão do C2 1000m com Erlon. Foi uma prova duríssima, com vento
contra, que exigiu ao máximo dos brasileiros. Mesmo com todo empenho, a dupla
não foi páreo para os chineses Liu e Wang, campeões com 3min40s55. Os cubanos
Serguey Torres Madrigal e Jorge Enriquez, atuais campeões pan-americanos,
ficaram em segundo com 3min41s46, contra 3min44s34 dos brasileiros. Após o
pódio, Isaquias revelou que estava se recuperando de uma gripe, ainda sem estar
100% fisicamente.
(Fonte: Globo Esporte / *Edição
OutroOlharInfo)
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