A "Carta de Deus",
escrita pelo físico alemão Albert Einstein, foi vendida nessa terça-feira (4)
por quase US$ 2,9 milhões (R$ 11 milhões) pela casa de leilões Christie's. O
valor superou as expectativas dos especialistas, que haviam estimado US$ 1,5
milhão pelo artigo.
"A palavra Deus, para mim, não
significa mais do que expressão e produto da fraqueza humana, e a Bíblia uma
coleção de lendas veneráveis, mas ainda muito primitivas", escrevera
Einstein.
A carta, de uma página e meia,
escrita em alemão, ganhou o nome "Deus" ainda que a palavra apareça
somente uma vez durante a mensagem. O texto foi enviado, à época, ao filósofo
alemão Eric Gutkind, autor do livro "Escolha
a vida: o chamado bíblico para a rebelião", no qual colocava o
judaísmo como entidade intocável.
O pai da relatividade escreveu
dezenas de cartas durante a sua vida, nas quais discutia o judaísmo e a
religião. Segundo Walter Isaacson, autor de uma biografia de Einstein, ninguém
deveria se basear em somente uma carta para declarar a opinião do cientista
sobre a existência de um ser supremo.
Para Isaacson, Einstein não era
ateu. "Mas não acreditava em um Deus que escolhe os seus times ou as suas
pessoas preferidas", afirmou. Na carta, o cientista diz que, se Deus de
fato existe, ele não responderia a preces individuais ou faria intervenções em
questões humanas.
Não é a primeira vez que a carta,
que ficou famosa em 2008, depois de ter ficado por anos nas mãos da família
Gutkind, vai a leilão. Em maio daquele ano, em Londres, um comprador anônimo
pagou US$ 404 mil pelo documento.
Artigos do cientista, assim como
outros textos, conquistaram grandes cifras em leilões passados, mas a
"Carta de Deus" bateu o recorde. Antes, o maior valor tinha sido
atribuído em 2002 a uma mensagem do cientista ao presidente Franklin Roosevelt,
na qual alertava sobre os perigos de construções de bombas poderosas,
arrematada por US$ 2,1 milhões.
(Fonte: ANSA / Notícias ao Minuto)
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