quarta-feira, 21 de novembro de 2018

“STAN LEE, O HERÓI DOS HERÓIS” POR TOSTA NETO


Em 12 de novembro, meu coração ficou em pranto com a morte de Stan Lee. Prezado Leitor, tentarei ser objetivo e pragmático na tessitura deste artigo, tarefa hercúlea, pois não sou o Tony Stark. A repercussão nas redes sociais foi imensa diante da partida do “velhinho que aparece nos filmes da Marvel”. Nascido em 1922 na cidade de Nova Iorque, Stanley Martin Lieber tinha o sonho de ser literato. Quando começou a trabalhar como assistente na editora Timely Comics (primeiro nome da Marvel), adotara o pseudônimo Stan Lee, porque não queria ser associado ao mundo das HQs. Ele nem imaginava que se transformaria literalmente na “cara da Marvel”. É inconteste que a trajetória da Marvel Comics não pode ser narrada sem Stan Lee e vice-versa, histórias que se confundem, faces da mesma moeda.
Não podemos ser simplórios e interpretar que o universo dos quadrinhos é “coisa de criança”. Stan Lee ratificou um conceito que guarneceu a humanidade nos heróis, isto é, as fraquezas humanas passaram a ter maior peso. Quando nos deparamos com o termo super-herói, às vezes, intuímos que o mesmo é absoluto, além do bem e do mal, um ser imune às dores que afligem o ser humano no itinerário existencial. Herói sofre sim! Os heróis são arquétipos dos humanos, trazendo consigo virtudes e defeitos. Assim como Sócrates na Filosofia Antiga, Stan Lee dividira a história dos quadrinhos. No processo de elaboração do personagem, o autor é obviamente afetado pela subjetividade. Eis um exemplo: Peter Parker tem aspectos da biografia de Stan; quem conhece a história do Homem-Aranha, sabe o quão Peter sofre na escola com a perseguição dos colegas, algo que Stan se deparou também. Não é à toa que Stan Lee tinha um carinho especial pelo Homem-Aranha. Quiçá Peter Parker seja o alter ego de Stan Lee.  
O grande passo no processo de humanização dos heróis foi a publicação de Quarteto Fantástico em 1961, autoria de Stan Lee e Jack Kirby. Reed Richards (Senhor Fantástico) e Susan Storm (Mulher Invisível) têm diversos problemas que acometem a vida de qualquer casal. O Coisa detesta a sua aparência; quantas pessoas estão obcecadas pela busca da aparência perfeita? Johnny Storm (Tocha Humana) não tem apreço pela carreira de super-herói, pois está mais preocupado em ter uma vida de playboy. O próprio Peter Parker, submerso em dívidas, problema que aflige o lar de inúmeras famílias pobres. E os X-Men? Não são aceitos pela humanidade por serem diferentes. E o Wolverine? O Icônico Logan! Meu herói preferido ao lado do Homem de Ferro, cheio de defeitos: fumante, individualista, expert em palavrões e nada diplomático. E o Tony Stark? A personificação do indivíduo orgulhoso e vaidoso. Até o Thor, Filho de Odin, Deus do Trovão, herdeiro do trono de Asgard, teve seu coração fisgado pela mera mortal Jenny Foster.
Saindo das páginas das revistas em quadrinhos e indo às telas do cinema, presenciamos neste ano a explosão do Universo Cinematográfico da Marvel, com o lançamento de Guerra Infinita, obra-prima que chocou os fãs após o nefasto estalo de dedos de Thanos. O filme foi lançado em abril e, presentemente, a maioria dos vídeos de canais nerds são sobre Guerra Infinita. É notório que a grande mente por trás das interconexões da Marvel Studios é o produtor cinematográfico Kevin Feige, porém como já salientou em entrevistas, ele não teria tanto êxito sem os valiosíssimos conselhos de Stan Lee. Os fãs estão mui ansiosos pelo lançamento dos filmes Capitã Marvel e Guerra Infinita: Aniquilação (título ainda não confirmado), respectivamente em março e maio de 2019.
Felizmente, para alegria geral, a Marvel Studios confirmou que as aparições de Stan Lee nos filmes supracitados já foram gravadas. A derradeira aparição será justamente na obra que encerrará a chamada Fase 4 do Universo Cinematográfico da Marvel. Prezado Leitor, com toda sinceridade, sinto-me um pouco órfão sem o Mestre Stan Lee. Ele nos deixou para sempre. O corpo físico foi vencido pelas leis destrutivas da natureza, mas o espírito genial e criativo de Stan estará presente eternamente nos personagens e na nossa memória. O legado de Stan Lee está grafado em letras indeléveis nos nossos corações. Obrigado por tudo Mestre Stan Lee!


Tosta Neto, 21/11/2018

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