O juiz federal Vallisney de Souza
Oliveira, da 10º Vara Federal do Distrito Federal, aceitou nesta sexta-feira,
23, denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os
ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, os ex-ministros da
Fazenda Guido Mantega e Antonio Palocci e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari
Neto. Com a decisão, os petistas se tornam réus e serão julgados pelas
acusações do inquérito conhecido como “quadrilhão do PT”.
Formulada pelo então
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a peça acusa os ex-presidentes de
liderarem, durante seus governos, uma organização criminosa que lesou a
Petrobras entre meados de 2002 e maio de 2016, ano em que a petista foi
afastada do cargo.
A acusação formulada por Janot
afirma que, nos catorze anos em que a organização criminosa teria vigorado, a
Petrobras teria sido lesada em quase 1,5 bilhão de reais. Em troca dos valores,
teriam possibilitado, na estatal, vantagens indevidas para as empreiteiras
Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa, Mendes Júnior, Galvão Engenharia e Engevix.
“Verificou-se o desenho de um grupo
criminoso organizado, amplo e complexo, com uma miríade de atores que se
interligam em uma estrutura de vínculos horizontais, em modelo cooperativista,
nos quais os integrantes agem em comunhão de esforços e objetivos, bem como em
uma estrutura mais verticalizada e hierarquizada, com centros estratégicos, de
comando, controle e tomadas de decisões mais relevantes”, afirmou o então
procurador-geral.
Além das vantagens para o PT, os
ex-presidentes Lula e Dilma, ministros e demais agentes ainda teriam ajudado
outras três “quadrilhas”, a do PP, a do “MDB do Senado” e a do “MDB da Câmara”
desviassem recursos da petrolífera. Os desvios teriam chegado a 391 milhões de
reais, no caso do PP; 864 milhões, no MDB do Senado; e 350 milhões de reais, no
MDB da Câmara.
“Nesse sentido, só no âmbito da
Petrobras, o prejuízo gerado foi de, pelo menos, 29 bilhões de reais, conforme
expressamente reconhecido pelo Tribunal de Contas da União.”, completa a
denúncia.
(Fonte: Veja)
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