No duelo entre Manchester City e
Manchester United, neste domingo à tarde, José Mourinho e Pep Guardiola vão se
enfrentar pela 22ª vez como treinadores de times opostos. De acordo com o
jornal inglês The Mirror, um fato
ocorrido há pouco mais dez anos quase nos privou dessa rivalidade.
Em 2008, quando Frank Rijkaard se
preparava para uma segunda temporada sem troféus no Nou Camp, os chefes do
Barcelona decidiram que bastava. O holandês seria demitido e a lista de
potenciais substitutos consistia em dois nomes: Mourinho e Guardiola.
"Lentamente, mas com firmeza,
estávamos indo na direção errada. A segunda temporada em que estive aqui -
Frank Rijkaard ainda estava no comando - é, penso eu, uma das piores temporadas
da história recente de Barcelona, onde terminamos em terceiro. Não foi bom o
suficiente para as pessoas normais aqui estabelecidas, não boas o suficiente
para o clube e não boas o suficiente para os jogadores que tivemos. Algo teve
que mudar", lembra Eidur Gudjohnsen.
Os dois homens estavam disponíveis,
já que Mourinho havia deixado o Chelsea no ano anterior, enquanto Guardiola
estava no comando do Barcelona B.
"Ele [Mourinho] é um vencedor
e parecia uma escolha mais segura, porque ele era uma grande marca, foi
recentemente treinador do Chelsea e ele estava no mercado", diz o
ex-vice-presidente Marc Ingla.
Uma reunião foi organizada e
Mourinho fez uma apresentação em PowerPoint para mostrar como ele implementaria
sua formação privilegiada em 4-3-3. O português não era estranho ao Barcelona,
tendo sido uma parte fundamental do staff de bastidores de Bobby Robson
durante a passagem do inglês como treinador no Camp Nou. Foi lá que ele
treinou, entre outros, um jovem Guardiola.
"Mourinho nos ajudou muito
quando éramos jogadores jovens; [Louis] Van Gaal muitas vezes o mandou para
treinar no Barça B", disse o ex-capitão do clube Xavi, em um novo
documentário sobre a passagem de Guardiola em Barcelona.
"A roda de 'bobinho', posse de
bola, segurando a bola, jogo posicional; nós trabalhamos em tudo isso com
Mourinho. Mas quando ele foi para o Chelsea, a filosofia mudou. É um estilo
muito diferente do futebol que jogamos no Barça."
Os sentimentos de Xavi foram
compartilhados por alguns membros da hierarquia do clube, mas vários diretores
continuaram decididos a indicar Mourinho. "Foi um processo longo, porque
havia membros do conselho que queriam José", diz o ex-presidente Joan
Laporta. "Eles argumentaram que precisávamos de um treinador que obtivesse
resultados rapidamente".
Em última análise, no entanto, foi
a opinião de Johan Cruyff, que mudou a decisão a favor de Guardiola.
"Queríamos permanecer fiéis à filosofia de Cruyff. Eu perguntei [aos
diretores] se Pep estava pronto e tanto Txiki Begiristain quanto Johan, que o
viram regularmente, disseram que ele estava. O agente do Mourinho [Jorge
Mendes] chamou-me e perguntou: 'Vai nomear o Mourinho, porque se está
interessado, precisamos de falar' e eu disse-lhe: 'Não, Jorge, escolhemos o Pep
Guardiola'", acrescenta Laporta.
Dois anos depois de Rijkaard ter
levado o Barcelona à vitória na final da Liga dos Campeões contra o Arsenal,
ele foi demitido. "Eu disse a Pep que queria que ele fosse o próximo
técnico", diz Laporta. "Nós estávamos almoçando e ele disse para mim,
meio brincando: 'Se você me nomear como treinador eu vou ganhar tudo para
você'. Ele honestamente disse isso!"
Em três anos, Guardiola venceu mais
de 13 troféus como comandante do Barcelona. Mourinho, entretanto, assumiu o
comando da Inter de Milão no mesmo ano, começando uma rivalidade que completa
mais de uma década.
(Fonte: ESPN)
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