Ninguém gosta de esperar, mas
quando estamos de férias e querendo visitar os lugares mais emblemáticos de um
destino, as filas e aglomerações são quase inevitáveis.
E como refúgio de grandes obras do
Renascimento italiano - de artistas como Botticelli, Leonardo da Vinci ou
Michelangelo - a Galeria Uffizi, em Florença, é sinônimo de longas filas.
O museu mais visitado da Itália, no
entanto, agora quer ser parte da solução do problema das esperas intermináveis.
E o alemão Eike Schmidt, primeiro
diretor estrangeiro da instituição, acredita ter encontrado a solução ao mesmo
tempo em que também consegue algo aparentemente contraditório: aumentar as
visitas.
Segundo ele, uma equipe de
pesquisadores da Universidade de L'Aquila projetou um algoritmo que faz uso de
Big Data - ou seja, da análise e interpretação de grandes volumes de dados -
para tentar acabar com as filas formadas por 3,4 milhões de visitantes que
passam pelo museu todos os anos.
Inúmeras variáveis
Para elaborar a fórmula matemática
foram necessários dois anos de coleta de dados.
Foi assim que os pesquisadores
chegaram a um modelo estatístico refinado que analisa dados históricos como as
horas e dias de maior fluxo, as salas mais visitadas e a duração estimada da
visita.
Mas o algoritmo também leva em
conta aspectos mais sociais e em constante mudança: o perfil do visitante ou
até mesmo as condições meteorológicas daquele dia na cidade, que podem impactar
no número de visitas que o centro recebe.
O sistema é projetado para as
visitas sem reservas, para aqueles turistas que, até agora, iam ao museu e
tinham de esperar em longas filas para entrar.
Com o novo modelo, quem quiser
acessar o museu receberá um ingresso com o horário exato para iniciar o
passeio, com uma margem de tolerância de 15 minutos.
Um 'turismo sustentável'
O objetivo, disse Schmidt, é criar
"sustentabilidade no turismo", mediante a redistribuição dos
visitantes, melhorando a qualidade da experiência.
Também é uma oportunidade para
acabar com algumas ameaças, uma vez que "infelizmente, a fila é um alvo
muito claro para terroristas", disse ele em entrevista coletiva.
O sistema também pretende otimizar
as visitas ao museu.
A intenção é que o sistema seja
implementado de forma permanente para "acabar com as filas para
sempre".
É claro que o aumento de visitas ao
museu mais rentável da Itália é um benefício que ninguém quer perder.
A Ufizzi é uma galeria
autofinanciada que também distribui seus lucros: 20% são entregues à prefeitura
de Florença e outra fatia a museus menores e menos populares.
(Fonte: BBC News)
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