O depoimento do CEO Mark Zuckerberg
em frente ao Congresso, após a divulgação de que os dados pessoais foram mal
utilizados por terceiros no caso conhecido como Cambridge Analytica, levantou a
questão sobre como – e se – o Facebook
deve ser regulamentado. Mas, além da regulamentação, a companhia pode tomar uma
série de medidas para abordar as preocupações com a privacidade na rede social
e as formas como sua plataforma foi usada para disseminar informações falsas
com o objetivo de influenciar as eleições.
Estudiosos de privacidade e
confiança digital escreveram para The
Conversation sobre ideias concretas – algumas delas rupturas radicais com
seu atual modelo de negócios – que a empresa poderia usar imediatamente.
1. Atuar como uma empresa de mídia
O Facebook tem um papel enorme na
sociedade americana e na sociedade civil no mundo todo. O autor de uma pesquisa
global de longo prazo sobre como as tecnologias digitais se espalham e quanto
as pessoas confiam nelas, Bhaskar Chakravorti, da Tufts University, recomenda
que a companhia aceite que ela é uma empresa de mídia, e, portanto:
“Assuma a responsabilidade pelo
conteúdo que publica e republica. Ela pode combinar inteligência humana e
artificial para classificar o conteúdo, rotular notícias, opiniões, boatos,
pesquisas e outros tipos de informações de maneira que os usuários comuns
possam entender”.
2. Foco na verdade
O Facebook pode, então, talvez,
adotar a missão do jornalismo e das organizações de vigilância e, como sugerem
os estudiosos da American University de prestação de contas públicas e sistemas
de mídia digital, como Barbara Romzek e Aram Sinnreich:
“Começar a competir para fornecer
as notícias mais precisas, em vez das mais dignas de cliques, e as fontes mais
confiáveis, em vez das mais sensacionalistas”.
3. Mudar a relação de negócio com
os usuários
Se o Facebook quiser continuar a
ganhar dinheiro com dados de usuários, Scott Shackelford, especialista em ética
e direito digital da Universidade de Indiana, sugere:
“Inverter o relacionamento e fazer
com que o Facebook pague as pessoas pelo uso dos seus dados, o que poderia
valer até mil dólares por ano para o usuário médio de mídia social.”
A empresa multibilionária tem a
oportunidade de encontrar um novo caminho antes que o público e os legisladores
o encontrem.
(Fonte: Exame.com)
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