O economista Paulo Guedes, assessor do candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL), disse ao GLOBO nesta quarta-feira que a criação de um imposto sobre transações financeiras está em análise pela campanha, mas a medida não significaria aumento de carga tributária. De acordo com Guedes, a ideia seria substituir impostos federais por um novo tributo, e não criar uma nova tributação. A informação de que ele teria sugerido uma “nova CPMF” em uma reunião com um grupo de investidores com foi noticiada pela “Folha de S. Paulo” nesta quarta. De acordo com o economista, a ideia seria substituir impostos federais considerados regressivos, como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) por um imposto único, que incidiria sobre transações financeiras. Segundo fonte do mercado financeiro que teve acesso ao conteúdo tratado na reunião, Guedes enfatizou que planejava diminuir a carga tributária por meio de substituição e simplificação de impostos.
— Estamos examinando dentro das nossas simulações pegar quatro, cinco, seis impostos e criar um imposto único federal — disse o economista, explicando que a proposta concorre com a ideia de criar um imposto sobre valor agregado (IVA), em análise por outros candidatos. — Estamos examinando. Estamos fazendo as primeiras simulações de como seria se fosse o IVA e como seria se fosse sobre transações.Questionado se a ideia seria criar uma proposta como a Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF), que vigorou por 11 anos no Brasil, Guedes negou a comparação. Mas não deu detalhes sobre qual seria a incidência do possível novo imposto único. A CPMF incidia sobre todas as movimentações, inclusive sobre saques e movimentações de cheques.— Não é a CPMF. A primeira diferença é que a CPMF é um imposto a mais. (A nossa proposta) seria um imposto único. Não é aumento de imposto de jeito nenhum, é uma simplificação brutal — afirmou.
*O GLOBO
O economista defendeu ainda que seu plano é baixar a carga tributária de 35% para 25% em dez anos. Ele não deu detalhes sobre qual dos planos — IVA ou imposto único sobre transações financeiras — seria o caminho de preferência da campanha.Guedes comentou ainda que não pretende ter uma alíquota única de imposto de renda para pessoas físicas e jurídicas. Segundo ele, o plano é baixar o imposto sobre pessoas jurídicas.— A gente está simulando um imposto de renda pessoa jurídica cair de 34% para 15%. Cobra-se 20% nos EUA, no Brasil vou cobrar menos — afirmou. Na manhã desta quarta-feira, após a publicação da informação pela “Folha”, Bolsonaro usou o Twitter para defender a redução da carga tributária. “Nossa equipe econômica trabalha para redução da carga tributária, desburocratização e desregulamentações. Chega de impostos é o nosso lema! Somos e faremos diferente. Esse é o Brasil que queremos!”, afirmou o presidenciável.
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