O
ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, disse nesta terça-feira (18) que seu
“histórico” encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em
junho, estabilizou a segurança regional. Kim afirmou também esperar mais
progressos nas suas negociações com a Coreia do Sul sobre a desnuclearização da
península.
Entre
esta terça e quinta-feira, Kim manterá encontros com o presidente da Coreia do
Sul, Moon Jae-in, em Pyongyang, para avançar na agenda de pacificação. Essa
reunião será um teste decisivo para outro movimento planejado pelo ditador – o
segundo encontro com Trump.
Em
carta enviada à Casa Branca na semana passada, Kim indicou sua vontade de mais
uma vez reunir-se ao presidente americano, que havia posto as negociações
bilaterais em banho-maria. Trump gostou da iniciativa e trabalha com Pyongyang
em torno de uma data no final deste ano.
A
perspectiva dos três presidentes é colocar um ponto final na Guerra da Coreia
que, desde 1953, está suspensa por uma trégua. Mas também alcançar um acordo
definitivo sobre o fim do programa militar nuclear da Coreia do Norte e da
presença militar – inclusive nuclear – americana na região. Como consequência,
as sanções econômicas dos Estados Unidos e outros países a Pyongyang deverão
ser suspensas.
Na
abertura da terceira rodada de negociações entre as duas Coreias, em Pyongyang,
Kim agradeceu a Moon por ter intermediado o seu encontro com Trump, em
Singapura. “Graças a isso, a situação política na região se estabilizou, e espero
resultados mais avançados”, disse a Moon, que expressou gratidão pela “ousada
decisão de Kim de abrir uma nova era”.
A
primeira sessão de negociações desta terça, que durou duas horas, foi realizada
na sede do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores do Norte, com as
presenças do vice-presidente do partido, Kim Yong Chol, e de Kim Yo Jong, irmã
de Kim Jong-un, e também com o assessor de segurança nacional da Coreia do Sul,
Chung Eui-yong, e o chefe de espionagem sul-coreano, Suh Hoon.
Kim
recebeu Moon com abraços e apertos de mão quando o líder sul-coreano
desembarcou na capital norte-coreana com a missão de retomar o ritmo de
conversas de desnuclearização entre Estados Unidos e Coreia do Norte, e de
avançar com a possibilidade de encerrar formalmente a Guerra da Coreia.
À
medida que Kim acompanhava Moon à residência destinada a convidados do Estado,
onde o presidente sul-coreano ficará hospedado durante sua visita de três dias,
Kim disse querer produzir um “resultado maior em um ritmo mais rápido” do que
os dois líderes alcançaram até agora.
Os
líderes desfilaram pelas ruas de Pyongyang na limusine Mercedes-Benz preta de
Kim, em meio a aplausos de quase 100 mil norte-coreanos, que acenaram com
flores e gritavam: “Pátria! Unificação!”.
“Você,
sr. presidente, está viajando por todo o mundo, mas nosso país é humilde
comparado às nações desenvolvidas”, disse Kim a Moon. “Tenho esperado por hoje.
O nível da acomodação e do programa que fornecemos pode ser baixo, mas é com
nossa melhor sinceridade e coração.”
Moon
disse que é “tempo de dar frutos”, e agradeceu Kim por sua hospitalidade, que
incluiu uma enorme cerimônia de boas-vindas no aeroporto internacional de
Pyongyang.
(Fonte: Veja
/ Reuters)
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