Uma
equipe de resgate de reféns do FBI enfrentou obstáculos inesperados durante uma
operação no inverno do hemisfério norte (entre dezembro e março), quando uma
gangue criminosa lançou um enxame de drones para perturbar a operação e
obscurecer a visão de agentes que conduziam a missão a partir de um posto de
observação elevado.
De
acordo com o Defense One, o incidente
— que aconteceu fora de uma grande cidade não revelada dos Estados Unidos — foi
relatado por Joe Mazel, chefe da unidade de tecnologia operacional do FBI, na
conferência AUVSI Xponential em Denver, no Colorado. Esse é apenas o mais
recente exemplo de criminosos utilizando drones e outras tecnologias para
atrapalhar as autoridades.
Mazel
disse aos participantes da conferência que um grupo de drones fez uma série de
"voos baixos de alta velocidade em direção aos agentes no posto de
observação" em uma tentativa de expulsá-los de sua posição.
"Estávamos cegos", disse Mazel. Ele admitiu que o enxame tornou a
operação muito mais difícil e "apresentou alguns desafios".
Embora
o caso seja considerado “sensível à aplicação da lei”, o que impede que muitos
detalhes sejam compartilhados publicamente, Mazel forneceu alguns detalhes
sobre como a situação aconteceu.
O
Defense One informou que o chefe da
unidade de tecnologia operacional do FBI disse que os suspeitos levaram os
drones em mochilas em antecipação à chegada da força policial. Assim que o FBI
apareceu, os criminosos soltaram os drones para cima dos agentes que tentavam
conduzir a operação.
Além
de obstruir a visão dos membros da equipe de resgate de reféns, os criminosos
também usaram drones equipados com câmeras para rastrear a localização de
agentes no solo. Os drones forneceram um vídeo ao vivo da ação a partir de um
ângulo de visão superior, a que os membros da gangue puderam assistir em tempo
real no YouTube.
"Eles
tinham pessoas que pilotavam seus próprios drones e colocavam as imagens no
YouTube para que os caras que tivessem acesso por celular pudessem ir ao site
do YouTube e derrubar o vídeo", disse Mazel na conferência.
Drones
usados neste caso apresentam um dos piores cenários para policiais. A
tecnologia é relativamente barata, comercialmente acessível e fornece algumas
ferramentas bem poderosas para interrupção, transporte e vigilância em um
pacote pequeno e portátil.
A
polícia alertou nos últimos anos que drones haviam sido usados para vigiar
prédios e casas visadas por ladrões. Contrabandistas começaram a utilizar a
tecnologia para transportar produtos através das fronteiras. Criminosos até
mesmo encontraram maneiras de equipar drones com explosivos e outros materiais
nocivos.
É
claro que as autoridades não são exatamente inocentes nesta frente, já que elas
têm suas próprias intenções questionáveis para a tecnologia. Agências locais
e federais ficaram muito felizes em tentar forçar o uso de drones que podem ser
utilizados para tudo, desde interceptar sinais de telefones celulares, passando
por espionar cidadãos sem mandado, até matar pessoas.
Os
legisladores terão a oportunidade de ajudar a brecar algumas das atividades
criminosas cometidas com drones em um projeto de reautorização da Administração
Federal de Aviação dos EUA (FAA). Uma versão atual da legislação tornaria
ilegal a transformação de drones de consumo em armas e exigiria que os pilotos
que operassem os dispositivos fora de sua linha de visão se identificassem
remotamente, de forma que as autoridades possam ligar o dispositivo a uma
pessoa. Essas regras só funcionarão se a FAA realmente as aplicar, e a agência
não tem se saído bem nisso até agora.
(Fonte:
Gizmodo)
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