O
ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e o presidente sul-coreano Moon Jae-in
se reuniram nesta quinta-feira (26) na fronteira entre os dois países para um
encontro histórico.
Kim
é o primeiro líder norte-coreano a cruzar a linha de fronteira e entrar no sul
desde a Guerra da Coreia, há 65 anos. O encontro estava marcado para às 9h30 de
sexta-feira no horário local (21h30 de quinta em Brasília).
Após
se cumprimentarem, Kim cruzou a pé a linha de demarcação militar que separa os
dois países, de mãos dadas com Moon. Eles foram escoltados até a Casa da Paz de
Panmunjom, edifício que abrigará a cúpula localizado na margem sul da fronteira
intercoreana e onde foi assinado o armistício de 1953.
Os
dois líderes caminharam pelo longo tapete vermelho, enquanto eram recebidos no
lado sul-coreano por uma guarda de honra vestida em trajes tradicionais. Eles
posaram para fotos ao lado de crianças e cumprimentaram as delegações presentes
no local.
Após
Kim Jong-un assinar o livro de convidados da Casa da Paz, ele e Moon entraram
em uma sala de conferências com suas delegações para dar início às conversas.
Esta
é a terceira reunião intercoreana, após os encontros celebrados em Pyongyang em
2000 e 2007, e marca um ponto de inflexão após a aproximação diplomática que se
seguiu a um período de alta tensão na península.
O
tema do arsenal nuclear de Pyongyang está no centro da agenda da reunião, após
o país obter um rápido progresso em sua tecnologia atômica sob o mandato de
Kim, que herdou o poder de seu pai em 2011. A cooperação econômica entre as
duas nações também pode ser discutida.
No
sábado, o líder norte-coreano anunciou a suspensão de seus testes nucleares e
dos lançamentos de mísseis balísticos de longo alcance, afirmando que seu
regime já cumpriu com seus objetivos.
A
cúpula intercoreana preparar o palco para Kim se encontrar com o presidente dos
Estados Unidos, Donald Trump, no final de maio ou início de junho, no que será
um primeiro encontro sem precedentes entre líderes em exercício dos dois
países.
Há
alguns meses, Trump e Kim estavam trocando ameaças e insultos, e os rápidos
avanços da Coreia do Norte na busca de mísseis nucleares capazes de atingir os
EUA geravam temores de um novo conflito na península coreana.
A
Casa Branca liberou um comunicado sobre o encontro desta quinta-feira, no qual
o governo americano afirma estar “esperançoso de que as negociações alcançarão
progresso para um futuro de paz e prosperidade para toda a península coreana” e
diz esperar que as conversas de hoje ajudem na preparação para o “encontro
planejado entre o presidente Donald Trump e Kim Jong-un nas próximas semanas”.
O local do encontro
A
área de segurança conjunta (JSA), no coração da fronteira entre as duas
Coreias, é o único ponto onde soldados dos dois países ficam próximos.
Poucos
locais no mundo viveram ao longo da história tantos episódios de tensão em uma
área tão pequena. A JSA tem cerca de 800 metros de norte a sul e 400 metros de
leste a oeste.
O
acampamento está justamente no meio da região desmilitarizada, o espaço de
quatro quilômetros de largura e 238 quilômetros de comprimento que divide a
península em duas. Ele foi construído após a assinatura do cessar-fogo que
encerrou a Guerra da Coreia, em 1953, e às vezes é chamado de Panmunjom.
O
nome, porém, não é o correto. Panmunjon, na realidade, era um pequeno povoado
rural a cerca de um quilômetro da JSA onde a trégua que encerrou o conflito foi
assinada.
(Fonte:
Veja / AFP e Reuters)
0 comments: