Cândido
da Fonseca Galvão foi um brasileiro filho de escravos libertos. Seu pai, embora
escravizado, foi rei do Império Oyo na África, atualmente na região da Nigéria.
Cândido intitulou seu pai de Dom Obá I, e a si mesmo de Dom Obá II. Revogando a
si os títulos de governante de seus ancestrais na África.
Cândido
se alistou voluntariamente para combater na Guerra do Paraguai, e ganhou muitas
medalhas por sua bravura em combate, inclusive, chegando a patente de alferes -
que corresponderia ao atual tenente na hierarquia atual do exército brasileiro.
Tornou-se uma figura muito conhecida e querida na sociedade carioca e, como um
monarquista fervoroso, um amigo pessoal de Dom Pedro II. Era recebido no bairro
imperial de São Cristovão como um legítimo príncipe.
O
príncipe africano, que usava roupas e armas de acordo com essa posição, foi um
importante aliado do processo de abolição no Brasil. Seus discursos e artigos
nos jornais da corte misturavam português e dialetos africanos, e por isso eram
mais bem aceitos do que as empoladas falas de uma elite intelectual branca que
nem sempre sabia ser inteligível entre uma população marginalizada de mulatos,
negros escravizados e libertos.
O
golpe militar de 1889 e a instauração da República seria um duro golpe para o
herói. Conhecido pela forte amizade com Dom Pedro II e pelos fervorosos artigos
favoráveis à abolição, seria hostilizado pelas autoridades republicanas. Morreu
em 1900, poucos meses depois do 15 de novembro, com título de alferes cassado
pelos republicanos.
(Fonte:
History to Go)
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