Vladimir
Putin governará a Rússia pelos próximos seis anos, após confirmar sua já
esperada vitória na eleição presidencial deste domingo (18).
Com
50% dos votos já contabilizados, ele foi escolhido por 75% dos eleitores,
informou a Comissão Eleitoral Central do país. O principal líder da oposição,
Alexei Navalny, foi impedido de disputar.
Em
um discurso na capital Moscou após os primeiros resultados serem divulgados,
Putin disse que os eleitores haviam "reconhecido as conquistas dos últimos
anos".
Uma
vitória com tal margem assim havia sido prevista por muitos e pode representar
um aumento em relação aos 64% dos votos que ele recebeu em 2012.
Uma
pesquisa estatal de boca de urna aponta para uma participação de 63,7%, menos
do que em 2012. A campanha de Putin esperava por um índice mais alto para dar a
ele a maior força possível para o próximo mandato.
Sua
equipe disse que o resultado é uma "vitória incrível". "A
porcentagem fala por si só. É o mandato que Putin precisa para tomar decisões
no futuro, e ele tem muitas a fazer", disse um porta-voz à agência russa
Interfax.
Pesquisas
de boca de urna apontam que o oponente de Putin que chegará mais próximo dele
será Pavel Grudinin, com uma projeção de obter 11,2% dos votos.
Grudinin
é um milionário comunista, mas também estavam na disputa a ex-apresentadora de
reality show Ksenia Sobchak, e o nacionalista Vladimir Zhirinovsky. O opositor
Navalny foi excluído da eleição porque foi condenado por fraude. Ele diz que o
caso foi fabricado pelo Kremlin.
Denúncias
Em
alguns locais, havia oferta de comida grátis e descontos em lojas próximas aos
pontos de votação. Vídeos mostram uma série de irregularidades cometidas em várias
cidades. Em algumas imagens, agentes eleitorais aparecem enchendo caixas com
cédulas.
O
grupo independente de monitoramento da eleição Golos denunciou irregularidades,
como cédulas encontradas em urnas antes da votação começar, observadores sendo
impedidos de entrar em locais de votação, suspeitas de pessoas obrigando
eleitores a votarem e a obstrução de câmeras posicionadas em pontos de votação
para registrar o processo eleitoral.
No
Daguestão, um agente eleitoral disse ter sido impedido de fazer seu trabalho
por uma multidão que impedia seu acesso a uma urna. Mas Ella Pamfilova,
diretora da Comissão Eleitoral Central, afirmou que nenhuma violação foi
registrada até o momento.
"Analisamos
e monitoramos tudo que pudemos, tudo que chegou a nós. Graças a Deus, foi pouca
coisa até agora", disse em uma reunião da comissão convocada para tratar
de possíveis violações. Ela disse mais cedo que qualquer pessoa envolvida em
atos irregulares seria pega.
Esta
votação foi a primeira na Crimeia após a Rússia assumir o controle da região,
que antes fazia parte da Ucrânia. Estava previsto que Putin faria um discurso
em evento marcado para celebrar o quarto aniversário da anexação, que cai no
mesmo dia da eleição.
Esse
ato pela Rússia foi alvo de uma grande contestação por parte de Kiev e aumentou
as tensões entre o governo Putin e o Ocidente. Russos vivendo na Ucrânia não
puderam participar da votação porque o governo ucraniano impediu o acesso de
missões diplomáticas da Rússia.
(Fonte:
BBC Brasil)
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