Arena
foi palco de diversas formas de entretenimento - na concepção romana da palavra
Maior e mais famoso
símbolo do Império Romano, o Coliseu era um enorme anfiteatro reservado para
combates entre gladiadores ou opondo esses guerreiros contra animais selvagens.
Suntuoso, era mais confortável do que muitos estádios modernos. Sua construção foi
iniciada no ano 72 d.C., por ordem do imperador Flávio Vespasiano, que decidiu
erguê-lo no local de um antigo palácio de Nero, seu antecessor no comando do
império. As obras levaram oito anos para serem concluídas e, quando tudo ficou
pronto, Roma já era governada por Tito, filho de Vespasiano. Para homenagear
seu pai, Tito batizou a construção de “Anfiteatro Flaviano”.
Alguns historiadores
especulam que o nome Coliseu só apareceria centenas de anos depois, talvez no
século 11, e teria surgido inspirado no Colosso de Nero, uma estátua de bronze
de 35 metros de altura, que ficava ao lado do anfiteatro.
Os primeiros combates
disputados para comemorar a conclusão do Coliseu duraram cerca de 100 dias e se
estima que, só nesse período, centenas de gladiadores e cerca de 5 mil animais
ferozes tombaram mortos em sua arena de 85 por 53 metros. Os jogos levavam o
público ao delírio. Suas arquibancadas, construídas a partir de 3 metros do
solo, acomodavam mais de 50 mil pessoas. Um camarote bem próximo à arena era destinado
ao imperador de Roma, que era reverenciado pelos gladiadores antes dos
espetáculos com uma saudação que se tornaria famosa: “Salve, César! Aqueles que
vão morrer te saúdam”.
O anfiteatro, o
primeiro permanente erguido em Roma, funcionou como o principal palco de lutas
da cidade até o ano 404, quando o imperador Flávio Honório proibiu
definitivamente os combates entre gladiadores. Depois disso, o Coliseu teve
diversos usos. Chegou a ser empregado como cenário para simulações de batalhas
navais, ocasiões em que a área ocupada pela arena era alagada. Durante a Idade
Média, o mármore e o bronze de sua estrutura foram sendo saqueados aos poucos e
usados para ornamentar igrejas e monumentos católicos. Peças de mármore do
anfiteatro foram empregadas até na construção da famosa Basílica de São Pedro,
no Vaticano. Já no século 11, quando Roma era dominada por uma família de
barões, o Coliseu foi transformado em uma fortaleza, abrigando membros de uma
família nobre, os Frangipane, que usaram a edificação para proteger-se em suas
batalhas contra grupos rivais.
Hoje, apesar de estar
em ruínas – e até sob a ameaça de desabamento – o Coliseu ainda guarda sua
majestade. Localizado bem no centro da capital italiana, rodeado por avenidas,
ele é considerado o principal sítio arqueológico da cidade e recebe,
anualmente, milhões de visitantes, que circulam dentro dele para sentir um
pouco o clima do mais grandioso anfiteatro da Antiguidade.
O
anfiteatro resistente
… Construção sobreviveu
ao tempo, a saques e grandes terremotos
1 – Reforma constante
As primeiras escavações
arqueológicas no Coliseu aconteceram no final do século 18. A partir daí,
diversas restaurações foram feitas para preservá-lo. A última terminou em 2000,
após recuperar a face externa dos arcos de mármore.
2 – Arena gigante
O Coliseu tem 48,5
metros de altura, o equivalente a um prédio de 12 a 15 andares. Com forma
elíptica, ele mede 189 metros no maior de seus eixos e 156 metros no menor.
Ninguém sabe ao certo qual arquiteto o projetou.
3 – Corredores
preservados
Entre as ruínas ainda
dá para identificar os corredores que levavam às arquibancadas. Eles foram
projetados para criar acessos exclusivos para as diferentes classes sociais da
época. Amplos, permitiam que os 50 mil espectadores ocupassem ou deixassem seus
lugares em poucos minutos.
4 – Material de
primeira
Mais de 100 mil metros
cúbicos de mármore travertino (de cor clara) foram usados na construção do
estádio, principalmente no revestimento da fachada exterior. Mas esse material
foi pilhado ao longo dos séculos, restando pouco dele no Coliseu. Tijolos,
blocos de tufa (uma espécie de pedra vulcânica) e concreto também ajudaram a
erguer o anfiteatro.
5 – Ameaça natural
Desde a sua construção,
no século 1, vários terremotos destruíram o Coliseu. Os historiadores estimam
que o primeiro grande tremor aconteceu entre os anos 523 e 526. Na primeira
metade do século 9, outro terremoto destruiu as colunas do piso superior e, em
1231, um forte abalo derrubou parte da fachada externa.
6 – Labirinto de ruínas
O subsolo do Coliseu só
foi escavado há pouco mais de um século. Ele ficava abaixo da arena de lutas e
tinha uma cobertura de madeira sobre a qual era despejada areia. Nessa intricada
rede de corredores, salas, elevadores e jaulas ficavam os gladiadores e as
feras antes de entrarem em cena.
…E
o verdadeiro coliseu
No tempo dos jogos, o
estádio tinha toldo retrátil, feras e gladiadores
1 – Tribuna vip
Uma entrada exclusiva
dava acesso ao camarote destinado ao imperador romano e seus convidados. Essa
tribuna especial ficava num ponto privilegiado do anfiteatro, bem próximo à
arena. O prefeito de Roma também tinha direito a um camarote particular.
2 – Fachada monumental
A fachada do anfiteatro
impressionava pela riqueza de acabamento. Diferentes estilos de colunas ornavam
os vários níveis de piso: as dóricas ficavam no térreo, as jônicas no primeiro
andar e as coríntias no segundo. Cada um desses pisos tinha 80 arcos, com cerca
de 7 metros de altura cada. A fachada ainda era decorada com centenas de
estátuas de bronze.
3 – Arena da morte
No início, os
gladiadores que lutavam nos jogos eram soldados em treinamento. Com o tempo,
escravos, criminosos ou prisioneiros de guerra assumiram esse papel. Eles se
enfrentavam com lanças, espadas, tridentes, redes e escudos. Mais de 10 mil
gladiadores morreram em três séculos de combates, duelando entre si ou
enfrentando animais ferozes.
4 – O caminho das feras
Os animais usados nos
espetáculos – principalmente leões trazidos das colônias romanas na África –
percorriam um intricado caminho do subsolo até a arena. Primeiro, eles eram
levados para pequenas jaulas, que eram suspensas (num elevador rudimentar) até
um corredor. De lá as feras subiam alguns lances de escada para, finalmente,
surgirem na arena de combate pela abertura de um alçapão.
5 – Polêmica cristã
Não há consenso entre
os historiadores se o Coliseu foi usado para sacrifícios de cristãos quando
estes eram perseguidos pelos romanos. Essa versão foi sustentada pela Igreja,
mas não há provas conclusivas de que os martírios de fato aconteceram no
anfiteatro.
6 – Proteção solar
As coberturas
retráteis, que podem ser abertas ou fechadas, parecem coisas dos tempos
modernos. Mas nos seus dias de glória o Coliseu já teve um sistema parecido. No
topo do estádio, preso a 240 mastros, estendia-se um enorme toldo retrátil, que
podia proteger os espectadores do sol. A arena, no entanto, nunca ficava
sombreada.
7 – Arquibancada
dividida
As apresentações de
luta no Coliseu eram gratuitas. As dezenas de milhares de espectadores se
dividiam nas arquibancadas em cinco diferentes setores conforme sua posição
social. Enquanto os senadores de Roma sentavam bem próximos da arena de
combate, as pessoas de baixa renda, por exemplo, ficavam no último piso do
estádio.
(Fonte: Mundo Estranho)
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