Definitivamente,
o axé perdeu a preferência na folia para o funk. Prova disso é que a capital do
gênero vem sendo tomada por cantoras como a agora “internacional” Anitta
e Jojo Todynho, dona do hit mais badalado e contestado do verão: Que Tiro Foi Esse. Já tem até quem diga
que o Carnaval baiano está com sotaque dos morros cariocas e, se depender dos
adolescentes, o ritmo promete ficar na parada de sucesso por muito tempo.
“Nem
ligo para axé music. Estou saindo agora de casa para ver Anitta. Se Jojo
Todynho vai junto, então é beleza total”, diz a estudante Sofia Rolim, de 14
anos. Amiga de Sofia, a também estudante Bruna Lima, de 14 anos, faz coro.
“Não conheço muito de axé e gosto da Anitta. Além dela, vou querer ver a Pabllo
Vittar na terça-feira. Já disse à minha mãe que estou colada na Pabllo, e ela
prometeu me levar.” Alok, Anitta, Jojô Todynho e Pabllo Vittar estão entre as
atrações mais aguardadas dos jovens soteropolitanos.
O
certo é que, sem o carisma de Ivete Sangalo, que deu à luz duas meninas, a nova
geração opta por funk, rap, pop e música eletrônica. Até a geração dos que tem
mais de 30 anos preferiu shows de camarotes com atrações de fora. “Gosto de
pagode, rap, pop e música eletrônica, mas já não tenho mais vontade de correr
atrás de um trio. É cansativo. Prefiro a comodidade dos camarotes”, diz o
engenheiro químico André Vitória.
Na
ausência de Ivete, o destaque fica para Anitta, que levou seu Bloco das
Poderosas para o terceiro ano consecutivo no Barra-Ondina. E continua a reunir
multidões sem cordas ou venda de abadás. Ela representa uma nova corrente em um
Carnaval que não é mais aquele, como diziam anos atrás, que não tem dia nem
hora para terminar. Poucos blocos foram às ruas na quinta — e poucos são
esperados na terça.
E
até o fim haverá espaço para forasteiros. O goiano Alok, eleito o 19.° melhor
DJ do mundo pela revista DJ MAG em 2017, fechará o espetáculo em seu próprio
trio, o Pipoca do Alok, no dia 13, a partir das 16h30, no Farol da Barra.
Imprevistos
O
Carnaval de Salvador começou com imprevistos desde a abertura oficial, que foi
adiada de quarta para quinta e trocou de endereço — do circuito tradicional
Osmar (Campo Grande) para o Dodô (Ondina). O rapper Pitbull passou mal e não
pôde subir ao trio ao lado de Claudia Leitte, uma das raras atrações da casa
que mantêm público.
Neste
ano, a cantora se rendeu a um dos gostos da nova geração. Estava de jogadora de
futebol americano, com direito a maquiagem facial. E, solta na festa, fez
homenagens a Ivete Sangalo — embora fãs das duas mantenham atritos.
Com
essas mudanças de hábitos e gostos, o Carnaval de Salvador começa a ser
repensado e, para 2019, os organizadores prometem trocar os tradicionais
circuitos por outros locais da orla. Os camarotes, por exemplo, devem ir para a
Arena Fonte Nova. São os sinais dos novos tempos.
(Fonte:
Veja)
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